Agora, meu poema favorito de Olavo Bilac. Sempre tive mais receio de me arrepender das coisas que não fiz do que daquelas que fiz (mesmo quando dão errado). Estou feliz por ter tentado, especialmente esta última vez. Acho lindo o exemplo de Roberto de Marinho, que sempre tentou – mesmo quando já estava bem mais velho do que eu estou hoje.
Remorso
Olavo Bilac (1865-1918)
Às vezes, uma dor me desespera…
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço,neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera…
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!
(Transcrito de http://escrevereprolongarotempo.blogspot.com/search/label/Olavo%20Bilac)
Em São Paulo, 11 de Abril de 2010
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