Artigo que publiquei em 22/5/2011 no Blog da Editora Ática e Scipione, no URL:
http://blog.aticascipione.com.br/eu-amo-educar/ivan-illich-e-a-troca-do-paradigma/
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Continuo a falar sobre Ivan Illich, dando prosseguimento a alguns temas levantados nos dois artigos anteriores (“Cutucando o paradigma…”, o nono, e “Cutucando ainda mais o paradigma…”, o décimo). A ideia básica de Illich é que “educação para todos” é, necessariamente, “educação por todos”.
Do ponto de vista negativo, isto implica uma educação sem escolas, e, por conseguinte, sem currículos, sem professores, sem ensino… Illich endossa a tese de Paulo Freire, citada no artigo anterior. No aspecto negativo, essa tese afirma que “ninguém educa ninguém” e “ninguém se educa a si mesmo”. No aspecto positivo, ela afirma que “os homens se educam uns aos outros em comunhão, mediatizados pelo mundo”.
Como ressaltei no artigo anterior, essa afirmação de Freire está, a meu ver, entre as mais radicais do grande educador patrício. Para ele, a mediação da educação se faz pelo mundo, não pela escola ou pelos professores. Quanto a estes, que, com indisfarçado orgulho, se designam educadores, Paulo Freire diz, taxativamente, que ninguém educa ninguém. Mas ele diz, na sequência, que tampouco nos educamos sozinhos. A educação, para ele, acontece em interação, diálogo, discussão: nós nos educamos uns aos outros “em comunhão”. A expressão “mediatizados pelo mundo” indica que a educação não se dá em isolamento do mundo, mas exatamente dentro dele e com sua mediação, enquanto trabalhamos e nos divertimos (como dirá depois Illich).
Isso quer dizer que ninguém é educador – ou, o que dá na mesma, que todos somos. Em qualquer das hipóteses deixa de haver uma categoria profissional distinta composta daqueles que estão capacitados e credenciados para educar, os professores, que se contrapõem aos que estariam incumbidos de aprender, os alunos. Todos educamos e todos aprendemos. A frase de Illich citada no início deste artigo capta bem a posição de Paulo Freire: “A educação para todos”, afirma ao chegar próximo do final do primeiro capítulo de Sociedade sem Escolas, “é, necessariamente, a educação por todos”.
Como vimos no artigo anterior, a escola, para Illich, especialmente quando obrigatória (com seus professores, currículos, seu ensino, suas metodologias de ensino e seus materiais didáticos), limita e restringe o direito de aprender das pessoas.
Em outras palavras: mais escola (na forma de mais anos de escolaridade obrigatória, mais dias letivos, presença na escola por mais tempo, menos tempo “desperdiçado” enquanto na escola) não implica, necessariamente, mais aprendizagem: pelo contrário.
Para Illich, ensino não redunda necessariamente em aprendizagem. “Aprender é adquirir uma nova habilidade ou uma nova forma de ver o mundo”. E aprendemos em interação (conversa, diálogo, troca de ideias e experiências, discussão), compartilhando o que sabemos fazer, o que sabemos, o que pensamos, o que imaginamos, o que sentimos, o que desejamos, e participando do compartilhamento que os outros fazem dessas mesmas coisas. Da mesma forma que a aprendizagem não decorre necessariamente do ensino, para Illich é um absurdo confundir aprendizagem e escolarização. “A maior parte das pessoas adquire a maior parte de suas habilidades e de seus conhecimentos fora da escola”. Oscar Wilde já havia dito isso no século 19.
O processo de aprendizagem precisa ser voluntário. Devemos escolher o que queremos aprender e o que queremos compartilhar, bem como com quem, quando e onde queremos fazer isso. É esse o significado da expressão “liberdade de aprender”, que, em Illich, tem seu sentido mais radical. Mas não nos esqueçamos de que Paulo Freire também caracteriza a educação como “Prática da Liberdade”. (Alguém conhece alguma escola, com a exceção notória de Summerhill, Sudbury, Lumiar, e algumas outras poucas, que podem ser contadas nos dedos da mão, da qual se possa dizer que a educação, ali, é realmente prática da liberdade?).
Segundo Illich, o processo de aprendizagem acontece de forma natural e espontânea, até mesmo casual, dispensando planejamento meticuloso.
O modelo de aprendizagem que Illich coloca diante de nós é o da aprendizagem da fala na língua materna por parte de uma criança pequena. Vou descrever o processo como eu o entendo e em minhas palavras. A criança nasce em um mundo de falantes daquela língua que denominamos materna, a da mãe. A mãe e outras pessoas falam com a criança muito antes de ela conseguir entender o que dizem. Os sons da língua materna, em especial o “infantilês” (baby talk) em que os membros da família ou habitantes da casa lhe dirigem a palavra, lhe soa gostoso, e ela cedo procura emitir sons que emulem os de seus interlocutores. Aos poucos ela descobre que certos sons servem de rótulo – “mamãe” é como se fosse o nome próprio daquela pessoa que cuida dela. Mais adiante descobre que determinados sons têm significado, expressam sentidos definidos. Descobre que, quando alguém lhe diz “Bate palminhas”, espera-se que ela bata palmas… A partir de certo momento ela consegue articular sons que se assemelham cada vez mais aos das palavras que são usadas por seus interlocutores. E, quando menos se espera, a criança está entendendo a fala e falando – cada vez melhor.
O processo é natural e espontâneo, casual, mesmo. Os parentes e amigos da criança evidentemente querem que ela aprenda a entender a fala e a falar. A própria criança, a partir de determinado momento, também parece querer, segundo tudo indica. Para ajuda-la, os parentes e amigos falam com ela, mesmo sabendo que, de início, ela não vai entender. E ela, sem saber que os outros não vão entende-la, se esforça por responder a eles. Aos poucos, sem obrigatoriedade, sem planejamento, sem didática, sem ensino, sem aulas, a criança aprende a entender a fala e a falar. Daí para a frente é só aperfeiçoar o processo.
Bill Hull uma vez disse a John Holt que “se a gente ensinasse as crianças a falar, elas nunca aprenderiam” (“If we taught children to speak, they’d never learn”). Vou transcrever a seguir a maior parte do artigo “Teaching Children How to Speak”, de John Holt, no qual ele discorre sobre as implicações do que Bill Hull lhe disse. Mas antes devo dizer que Bill Hull, John Holt, Everett Reimer, A. S. Neill, Paulo Freire, e, por que não dizer, Ricardo Semler, são todos pássaros da mesma plumagem.
Eis o que diz John Holt no artigo:
“Vamos supor que tomemos a decisão de ‘ensinar’ as crianças a falar. Como é que a gente faria? Primeiro, um comitê de especialistas analisaria a fala e a quebraria em um certo número de ‘habilidades requeridas para a fala’. Provavelmente os especialistas diriam que, visto que a fala é composta de sons, seria necessário, primeiro, ensinar a criança a emitir todos os sons requeridos por sua língua materna. Sem isso não seria possível ensiná-la a falar… Sem dúvida eles classificariam os diversos sons dos mais fáceis e frequentes para os mais difíceis e raros. E o professor então começaria a ensinar à criança, primeiro os sons mais fáceis e frequentes, depois os mais difíceis e raros, até passar por toda a lista. Talvez, para não ‘confundir’ a criança, a gente a colocasse em um ambiente segregado, isolado da vida normal, para que ela não ouvisse a fala regular dos já falantes, mas apenas repetidamente ouvisse, em cada estágio, os sons que o professor está tentando ensinar a ela. Ao lado de uma lista de sons, os especialistas comporiam uma lista de sílabas que combinassem os sons, e uma lista de palavras selecionadas que combinassem as sílabas pertencentes à lista de sílabas. Num segundo estágio, o professor ensinaria a criança a combinar sons em sílabas, num terceiro, a combinar sílabas em palavras. Em estágio subsequente, o professor ensinaria a criança a combinar palavras em frases e sentenças. Mas, antes disso, teria de ensinar a criança as regras gramaticais que regem a formação de frases e sentenças. Tudo seria completa e meticulosamente planejado, nada sendo deixado ao acaso. Em cada estágio haveria uma grande quantidade de exercícios práticos, revisões, testes, para garantir que nenhuma criança esquecesse o que já lhe havia sido ensinado. Suponhamos que fizéssemos isso. O que aconteceria? O que aconteceria seria que a maior parte das crianças, antes de ir muito longe, ficaria confusa, frustrada, desencorajada, humilhada, temerosa – e provavelmente desistiria de aprender a falar. Se, fora da sala de aula, elas vivessem vidas normais de crianças, poderiam, sem prejuízo, simplesmente ignorar o ‘ensino’ e aprender a falar do jeito normal. Se, entretanto, a escola tivesse controle integral e completo de sua vida desde os primeiros meses de vida (o sonho de demasiados educadores), elas buscariam refúgio no silêncio e no fracasso deliberado, como tantas fazem, quando tentamos ensina-las, não a falar, mas a ler e escrever…”.
Pesado, não?
Mas voltemos a Ivan Illich. No caso da aprendizagem de línguas estrangeiras, diz ele, a escola e os professores tentam, e tentam, ao longo de cerca de oito anos, ensiná-las aos alunos. Mas as crianças e adolescentes não aprendem. Ao final de cerca de oito anos, mal conseguem ler, não conseguem entender e conseguem falar menos ainda. Eles só conseguem aprender uma língua estrangeira bem quando vão morar com parentes que falam regularmente a língua (em geral os avós imigrantes), ou quando vão viver no exterior, ou, então, quando arrumam um(a) amigo(a) ou namorado(a) que fala bem a língua.
É possível reunir, desde já, algumas das teses de Illich sobre como a aprendizagem ocorre.
Em primeiro lugar, a aprendizagem ocorre, muitas vezes, como já foi assinalado, de forma casual, enquanto fazemos alguma outra coisa: “a aprendizagem em geral ocorre casualmente como subproduto de alguma atividade geralmente classificável como lazer ou trabalho”. Como eu assinalei atrás, entendo essa observação de Illich como a repetição, em outras palavras, da tese de Paulo Freire de que a educação, e, portanto, a aprendizagem, precisa ser “mediatizada pelo mundo” – não por uma instituição que procura isolar a criança do mundo. Aprendemos enquanto fazemos coisas que nos interessam no mundo em que vivemos:
a) Coisas que nos dão prazer, como namorar, bater papo com os avós, viajar pelo exterior… (lazer);
b) Coisas que se encaixam no nosso projeto de vida, como fazer algo que junta nossos talentos e nossas paixões… (trabalho).
Notaram? Primeiro, a caixinha de brinquedos e a caixinha de ferramentas de Rubem Alves parecem ter sido antecipadas aqui… Afinal de contas, Rubem Alves conheceu Ivan Illich pessoalmente. Segundo, a noção de “elemento”, de Sir Ken Robinson, também se encaixa bem aqui…
(Sobre a caixinha de brinquedos e a caixinha de ferramentas de Rubem Alves, vide aqui mesmo neste blog o meu artigo “Ferramentas e Brinquedos”. Sobre a noção de “Elemento” e sua aplicabilidade na aprendizagem, vide, também aqui neste blog, dois artigos meus: “O Elemento e Como Aplicar O Elemento à Aprendizagem Escolar”).
Em segundo lugar, a aprendizagem ocorre o mais das vezes entre pares engajados em uma mesma atividade ou que “pelo menos tenham alguma coisa em comum” (como dizia o velho anúncio da TV – um belo anúncio, apesar de ser de cigarro). Diz Ivan Illich: “Aprendizagem criativa e exploratória requer que pares (peers) estejam naquele momento encafifados com algum problema ou alguma questão”.
Pares, neste caso, não quer dizer, necessariamente, pessoas da mesma idade. Quer dizer, isto sim, pessoas que estão no mesmo plano, sem que uma tenha sido capacitada e credenciada para ensinar (como o professor) e a outra esteja incumbida, obrigatoriamente, de aprender (como o aluno). A idade, aqui, é irrelevante. Avós e netos são pares, nessa visão.
Essa tese de Ivan Illich tem todo respaldo na literatura atual sobrePeer Coaching. Na realidade, meu amigo Les Foltos criou, há algum tempo, nos Estados Unidos, um dos mais difundidos programas de aprendizagem no contexto profissional de que tenho notícia, e o seu nome é, exatamente, Peer Coaching. Está esparramado pelo mundo todo, graças à Microsoft, que o disseminou. Em sua versão em português, usada amplamente no Brasil, onde Les Foltos já esteve várias vezes, o programa foi batizado de Aprender em Parceria. Ele se baseia no fato sobejamente conhecido de que, quando um novo empregado entra numa empresa, a melhor maneira de fazer sua iniciação à cultura da organização e de introduzi-lo aos métodos e procedimentos de trabalho específicos de sua área de atuação é através de outro empregado: um “par” que, primeiro, tem experiência na empresa, segundo, conhece a área de atuação do novo empregado, e, terceiro, possui competência básica nas áreas de comunicação, facilitação e colaboração. Esse conjunto de experiências, conhecimentos e competências o colocam em posição privilegiada para ajudar o novo empregado a aprender, vale dizer, a se tornar, oportunamente, ele próprio, um profissional competente no novo local de trabalho.
Essa tese da aprendizagem lateral ou horizontal, entre pares, já havia sido defendida, em embrião, por Ivan Illich.
Diante da posição radical de Illich, é cabível perguntar: mas então a gente não aprende nada em decorrência do ensino ou da instrução deliberada e formal?
Aprende, sim, responde Illich – mas apenas “quando se está altamente motivado para adquirir uma habilidade nova, específica e complexa”. Quando não estamos genuinamente interessados no assunto ou não temos algum tipo de motivação intrínseca para aprender o que nos é ensinado, a instrução deliberada e formal comprovadamente não funciona.
É verdade que Ivan Illich acredita que é possível criar, na sociedade, ambientes de aprendizagem eficazes, desde que estruturados de forma diversa da escola. Citarei dois desses ambientes que ele discute no Capítulo 6 de seu livro.
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Centros de Permuta de Habilidades (Skill Exchange Centers)
A Escola da Ponte, em Vila das Aves, no distrito do Porto, em Portugal, usa, dentro da escola, algo parecido com o que propõe Illich. Nas paredes das diversas salas da escola há pares de listas, cujos títulos são parecidos com “Preciso de Ajuda” e “Posso Ajudar”. Através dessas listas a comunidade é informada acerca de quem precisa de ajuda para aprender alguma coisa, e de quem pode ajudar alguém a aprender alguma coisa. Por exemplo: “Preciso de ajuda para aprender a resolver equações de segundo grau”, ou “Preciso de ajuda para aprender Inglês”, ou “Preciso de ajuda para aprender contar uma história em MovieMaker”, ou “Preciso de ajuda para aprender a jogar tênis”; do outro lado, “Posso ajudar quem quer aprender Espanhol”, ou “Posso ajudar quem quer aprender a extrair raiz quadrada”, ou “Posso ajudar quem quer aprender a jogar xadrez”, ou “Posso ajudar quem quer aprender a bordar”.
O que Illich propõe é que a comunidade crie Centros de Permuta de Habilidades, em centros comunitários, igrejas, sindicatos, etc., nos quais as pessoas podem deixar seus nomes em listas muito parecidas com as da Escola da Ponte. Assim, uma pessoa que sabe bordar bem pode ajudar quem quer aprender, e alguém que quer aprender a jogar xadrez pode encontrar quem pode ajudá-la a aprender.
O procedimento é simples, e pode até parecer simplório. Mas Illich o constrói em cima do bom senso que já prevalece nas famílias e comunidades. Em qualquer festinha no salão social da igreja, em que cada pessoa precisa trazer algo, logo haverá pessoas perguntando quem fez aquele bolo ou aquela torta para descobrir qual é a receita, e haverá pessoas se oferecendo para ajudar quem quer aprender a fazer o molho usado nos sanduíches de pernil.
Os jovens de hoje usam muito esse mecanismo de troca de habilidades, mesmo quando não há nenhum centro designado para reunir quem precisa de ajuda e quem pode ajudar. Através da internet eles rapidamente encontram quem pode ajudá-los e quem precisa de sua ajuda em tarefas de aprendizagem.
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Teias Educacionais (Educational Webs)
Sobre as Teias Educacionais (Educational Webs), já falei no artigo anterior, mas resumo aqui o assunto novamente, com alguma informação adicional.
A internet foi inventada apenas em 1969, pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, originalmente com o nome de ArpaNet. Era a primeira rede de computadores existente e interligava os computadores de grandes universidades americanas que faziam pesquisas extremamente estratégicas para o Departamento de Defesa. Por trinta e poucos anos a Internet foi uma rede exclusivamente acadêmico-militar. Só veio se tornar popular a partir de 1993, quando o vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore (o mesmo que atua em causas ambientais), propôs sua abertura ao mercado, para empresas e indivíduos, em troca da criação, com apoio do governo, de uma infraestrutura de comunicação realmente eficaz e eficiente, que na época foi chamada de Information Highway – “Rodovia (ou Autoestrada) da Informação”. O resto é história. A Web (termo que quer dizer “Teia”) só foi inventada (na Suíça, por incrível que pareça) em 1990. O primeiro navegador gráfico da Web foi inventado apenas em 1993, nos Estados Unidos, e se chamava Mosaico (Mosaic).
No entanto, em 1970, Ivan Illich já falava em Educational Webs e as teias que ele sugeria eram relacionadas com computadores. Embora, quando comparada com Facebook, a teia de Illich pareça primitiva, não é exagerado dizer que Illich pode ser considerado o pai das redes sociais… Diz ele (em passagem que já citei no artigo passado):
“As pessoas poderiam, a qualquer momento, e por um preço mínimo, se identificar em um computador, fornecendo seu endereço e número de telefone, e indicando quais as coisas (livros, artigos, filmes, gravações) para as quais gostariam de ter parceiros de discussão. Em poucos dias, receberiam pelo correio uma listagem com os nomes, endereços e telefones de pessoas com os mesmos interesses. Isso lhes permitiria contatar os possíveis parceiros, agendar uma reunião, conversar e discutir com elas. Não é preciso que essas pessoas se conheçam previamente. A única exigência é que estejam, todas, interessadas em discutir o mesmo assunto”.
Mas o que ele chamava de “Teias Educacionais” não exigia, necessariamente, a presença de computadores (raros, naquela época). Associações diversas, como partidos políticos, igrejas, sindicatos, clubes, centros comunitários e sociedades profissionais etc. também poderiam reunir pessoas com interesses afins desejosas de encontrar parceiros de discussão. Dessa forma a aprendizagem teria lugar num contexto libertário, democrático, não autoritário – e a sociedade iria se desescolarizando e se tornando mais educacional…
As comunidades eclesiais de base, de algum tempo atrás na Igreja Católica, e a igreja em células, ou em pequenos grupos, das comunidades protestantes de hoje, são exemplos dessas teias. Sua finalidade não é somente educacional, mas a aprendizagem está presente nelas.
Enfim, Ivan Illich, quarenta anos atrás, propunha uma sociedade em que o aprender fosse voluntário, espontâneo, natural – e não obrigatório, planejado, formal. Ele desejava que a sociedade se tornasse mais educacional e menos escolarizada.
Muitos o consideram um romântico. Mas há muito em suas críticas da escola e em suas propostas alternativas que merece nossa atenção ainda hoje. É interessante imaginar o que ele diria em um contexto em que a internet é ubíqua e uma só rede social – o Facebook – envolve um décimo da população do planeta.
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Em São Paulo, 29 de Maio de 2011
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