É possível mudar a educação para chegar a uma visão da educação como a descrita na “segunda visão”, no post anterior? É possível construir escolas que “concretizem” a segunda visão?
1) Estou convicto de que, dadas as profundas, extensas, e radicais mudanças por que passou o mundo nos últimos 68 anos (desde o fim da Segunda Guerra), as mudanças na educação e na escola terão de ser radicais, não incrementais. Precisamos ter consciência cristalinamente clara disso. Mudanças incrementais (reformas) não vão funcionar. Só uma profunda transformação.
2) No entanto, dada a hegemonia do paradigma vigente (que é uma versão da primeira corrente), acho impossível que a mudança seja abrupta, rápida, revolucionária. Ela terá de ser gradual, mas com um claro sentido de direção, que, a meu ver, é o fornecido pela segunda corrente.
3) Haverá escolas ao final da mudança? Eu espero que não. Sou um defensor radical da visão illichiana de uma sociedade desescolarizada, em que todas as instituições são espaços de aprendizagem. Mas não tenho dúvida de que, no processo de transição, teremos forçosamente que trabalhar com escolas, mas tentando direciona-las para a inovação transformadora.
4) Há exemplos? Acho que poucos, mas sugestivos. Summerhill foi um exemplo. Sudbury, em Framingham, MA, outro. A Escola da Ponte, outro. A própria escola Lumiar, aqui no Brasil, outro.
Quem não conhece bem a experiência da Lumiar pode ter alguma ideia lendo o blog que criei enquanto era presidente do Instituto Lumiar e Paloma Chaves era Diretora Pedagógica desse mesmo instituto e das escolas. Vide:
http://escolalumiar.wordpress.com
Em São Paulo, 3 de Março de 2013