Hoje é dia 31 de agosto (pelo menos aqui em Taipei já é). Faz dez anos que morreu Diana, a Princesa de Gales. Lembro-me perfeitamente de onde estava, e do que estava fazendo, quando soube (da mesma forma que me lembro perfeitamente de onde estava e do que estava fazendo quando soube que John Kennedy havia morrido). Estava em Poços de Caldas, numa suite do último andar do Hotel Carlton, com a Sueli, minha mulher. Ela já estava dormindo e eu lia e assistia à televisão quando veio a primeira edição extraordinária da Globo, comunicando o grave acidente. Não dormi mais aquela noite, os olhos alternando entre o livro que lia (não me lembro de qual era) e a tela do televisor.
Era impossível não gostar de Diana — da mesma forma que é impossível gostar de Charles e Camilla. Ela era jovem, linda, sensível, apaixonada, e casou-se pensando que tudo no casamento iria ser como num conto de fadas, nunca imaginando que o sonho do marido era ser um tampão utilizado por Camilla… (Quanto mau gosto para demonstrar tesão… Será que Charles nunca leu um livro erótico realmente sensível?).
Não deu certo — e, estou convicto, não por culpa dela. Seus problemas pessoais, seus casos amorosos, são todos decorrentes da insensibilidade daquilo a que se dá o nome de Príncipe de Gales. Espero que nunca venha a ser rei — e que a Rainha Elizabeth encontre um jeito de fazer com que seu sucessor seja o filho mais velho de Diana, que, pelo menos fisicamente, parece com ela.
Hoje faz dez anos que ela morreu. Na CNN não se fala de outra coisa — discutindo-se até mesmo a possibilidade de que tivesse sido assassinada a mando da família real, que não suportaria ver a ex-sucessora ao trono casar-se com um maometano… Na minha memória fica, porém, aquela face linda e sensível. Camilla pode ter herdado Charles — mas nunca vai conseguir ter um olhar como tinha Diana.
Fica aqui minha homenagem.
Em Taipei, 31 de Agosto de 2007