Gabrielle Anwar

Não sou daqueles que se apaixonam por uma atriz de cinema e se tornam seus devotos incondicionais. Ingrid Bergman e Marilyn Monroe chegaram perto de ser exceções. Mas me apaixono com freqüência por combinações de atriz-papel. Há atrizes lindas e cativantes em um determinado papel — e horríveis e detestáveis em outros. Quando uma combinação dá certo, é imbatível. Meg Ryan em Sintonia de Amor (Sleepless in Seattle), por exemplo; ou Claire Forlani em Encontro Marcado (Meet Joe Black); ou, então, Rachel Adams, em Diário de Uma Paixão (The Notebook), por exemplo. Sou irremediavelmente apaixonado por essas combinações de atriz-papel.

Um outro caso, que quero comentar aqui agora, envolve Gabrielle Anwar. Ela é a atriz que dança o tango Por una Cabeza com Al Pacino em Perfume de Mulher (Scent of a Woman), de 1992. A música — de Carlos Gardel — é maravilhosa (é tema musical deste Space quase desde o início) e a cena inesquecível. A maior parte do que torna a cena inesquecível é, naturalmente, o desempenho de Al Pacino. Mas Gabrielle Anwar, convenhamos, é uma coadjuvante perfeita. Linda, doce, com um riso natural cativante, e com um sorriso de desmontar as mais deliberadas resistências, ela ajuda tornar a cena perfeita.

A duração da cena é pequena — logo o babaca do namorado dela vem buscá-la, e nem percebe que ela acaba de viver (como Al Pacino disse ser possível) uma vida inteira num minuto. (Interessante que essas experiências de viver como se fosse uma vida inteira num minuto são vividas, às vezes, na frente de um monte de pessoas que nem percebem que uma incrível intimidade aconteceu diante de seus olhos — sem que eles vissem. Infelizmente, essas experiências raramente acontecem entre namorados, noivos ou cônjuges. Parece que um toque de ilegitimidade, talvez até mesmo de perigo iminente, seja indispensável para que esses momentos de experiência ou vivência altamente compactada possam acontecer.)

Tenho certeza de que adoro a música Por una Cabeza porque me apaixonei por Gabrielle Anwar naqueles cinco minutos (se tanto) de cena. E a música, através do blog, continua a servir de tema musical para a minha vida. [NOTA: Como já dito atrás, essa música foi tema deste blog quando ele era hospedado no Microsoft Spaces. 27/12/2013]

Hoje (26/7/2008) estava com a TV ligada sem finalidade alguma — só para que ela me fizesse companhia, por assim dizer — quando começou (às 16h35) um filme: Mergulho numa Paixão (Wild Hearts Can’t be Broken), de 1991 — um ano antes do outro filme. É uma história real — e também muito linda e triste. E Gabrielle Anwar é a protagonista. Linda e doce novamente. Magnífica atriz. Dulcíssima em seu papel. Diabéticos deveriam ser proibidos de vê-la em cena.

A história, em si, é bonita (e, como disse, triste). Mas é uma história de quem define ou escolhe um sonho e um projeto de vida e não mede esforços para torná-lo realidade — nem quando a sorte parece conspirar contra. O título do filme no original corresponde melhor à natureza da história: Corações Selvagens não Podem ser Domados (a história envolve cavalos — donde a referência à domesticação — mas o coração, bem humano, é o dela).

Recomendo. Gabrielle Anwar e o filme. Ainda estou com os olhos cheios de lágrima que correram quando da cena final de vitória sobre a adversidade. História real.

Vejam os dados técnicos sobre o filme em http://www.imdb.com/title/tt0103262/.

Em Salto, 26 de Julho de 2008

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