Ignorância

Li nos comentários a um blog no UOL o seguinte:

“Que pena que a maioria das pessoas não tem a mínima noção do que está acontecendo no país. . . . Os ricos não querem que os pobres tenham acesso a pequenas coisas que eles [ricos] sempre tiveram, um pacote de biscoito ou um copo de requeijão, imaginem então uma faculdade particular, isso já é demais, né?”

Quem diz uma besteira dessas não para para se perguntar por que os ricos não iriam querer que os pobres tivessem acesso a essas pequenas coisas como biscoitos e requeijão, para não falar em faculdades particulares… Os ricos, afinal, são donos de fábricas de biscoitos e requeijão e de faculdades particulares. Por que não iriam querer que os pobres não tivessem acesso aos bens que fabricam ou aos serviços que prestam??? Muitos ricos se especializam em fornecer bens e serviços para os mais pobres.

Será que quem diz um contra-senso assim não pensa no fato de que não são os pobres que produzem esses bens e serviços, e que os pobres só têm acesso a essas coisas porque os ricos as disponibilizam para eles (mediante pagamento, naturalmente)? 

Em São Paulo, 13 de Outubro de 2010


Uma resposta

  1. Meu finado sogro sempre foi um homem honesto, integro e trabalhador. Foi funcionário público por toda sua vida e se aposentou ao apagar das luzes da ditadura militar. Ele sempre foi de esquerda. Embora não chegasse aos extremos de se dizer comunista, se identificou com a novidade do PT.

    Ele sempre culpou o PSDB pela queda do poder aquisitivo e fim da supremacia salarial dos funcionários públicos. Demonizava a onda de privatização e não consaeguia entender sua gênese na falência do estado brasileiro.

    Eu sempre disse a ele: A situação anterior, da década de 70 era insustentável. Os salários altos e a prosperidade tem que estar onde há geração de valor e produção. A iniciatíva privada iria receber os talentos que o País gerasse. Com o desenvolvimento vindouro, sinalizado pela estabilização da economia, lá estariam as novas oportunidades. Assim funcionava nas grandes nações desenvolvidas.

    Comentários como o citado por você são uma distorção de nosso crescimento. O desenvolvimento do poder aquisitivo das classes C e D, não vem acompanhado, na mesma proporção, do desenvolvimento da cultura, cidadania e educação. Isto nos leva ao que chamo de pensamento de “torcida organizada”.

    Se continuarmos neste caminho, vamos nos transformar em outra Venezuela, ou pior, vamos enfrentar mil anos de escuridão, como na Idade Média.

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