O que faz de um objeto uma obra de arte?

Interessante a resposta de Jorge Coli na Folha de hoje (04/10/2009):

“Quem decide que uma pintura, uma escultura, um copo d’água é arte?

O artista, se tem algum reconhecimento, ou seja, se alguém acreditar que ele possui esse poder transformador.

O crítico, que celebra e convence, ou que despreza e condena (a fórmula negativa mais forte, a única que de fato anula o feitiço, se alguém acreditar nela, está claro, é: "Isso não é arte". Muito usada, em escritos e em conversas, de preferência num tom de superioridade, por críticos seguros de si, contentes de vestirem a casaca e a cartola do mágico).

As galerias, os museus, que aceitam tal ou qual obra e recusam outras.

O mercado, que gradua seus valores segundo a intensidade das crenças.”

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0410200912.htm 

Pretendo voltar ao tema…

Mas me lembro desde já de algo relevante. Ayn Rand, que tinha idéias muito bem definidas sobre arte, não poupava a suposta arte que habita nossos museus de (assim chamada) arte moderna. Criou em uma de suas newsletters uma seção de horrores. Numa das edições contou que havia desaparecido de um museu uma famosa peça. Ninguém imaginava o que pudesse ter acontecido, pois as portas não estavam arrombadas, nem havia qualquer outro indício de roubo. Desesperada, a Polícia perguntou ao janitor que limpava o museu à noite se ele não havia visto a peça desaparecida. “Vi, sim”, disse ele… “E joguei fora. Pensei que era lixo…”

Isso sugere que o fato de uma objeto estar numa galeria ou num museu não garante que é obra de arte… Tampouco o garante o fato de algum louco estar disposto a pagar milhões de dólares pelo objeto. Sobrariam, como critérios sugeridos pelo Jorge Coli, o próprio artista e o crítico. 

Eu me pergunto: e a coisa em si, o objeto que se pretende seja arte? Sua natureza ou suas características não têm nada que ver com essa questão???

Tudo isso me faz lembrar também de uma famosa controvérsia de meu querido Monteiro Lobato com… quem mesmo??? 🙂 Tem gente que fica arrepiada só de eu mencionar Lobato nesse contexto…

Em Salto, 4 de Outubro de 2009.

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