Fico me perguntando por que o Brasil não faz coisas assim, como o Summit WISE (World Innovation Summit for Education), agora esse Prêmio WISE da Educação, e tantas outras coisas que a fundação do governo do Qatar está fazendo pela educação mundial.
Com essas iniciativas o Qatar vai se tornar, de um lado, a Davos da Educação. Anualmente se digirão para cá mais de mil pessoas envolvidas com educação em universidades, escolas, na administração central, regional ou local de sistemas educacionais, em ONGs, na mídia, na política, etc. O Summit WISE, este ano apenas em seu segundo ano de vida, vai se tornar referência. Apenas brasileiros havia aqui 21. Eis os nomes:
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Paulo Alcântara Gomes – Presidente, Conselho da Educação do Estado do Rio de Janeiro
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José Augusto – Gerente de Educação a Distância, Governo do Amazonas
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Rodrigo Baggio – Fundador, Centro de Inclusão Digital
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Vera Bottrel Tostes – Diretora, Museu Histórico Nacional
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Francisco Cavalcanti – Coordenador do Projeto Educacional, Viva Rio
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Eduardo Chaves – Diretor de Educação, Zoom Education for Life
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Regiane de Oliveira – Jornalista, Brasil Econômico
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Paulo Egon Wiederkehr – Assessor Especial, Ministério da Educação
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Marcos Fadanelli Ramos – Gerente de Educação, Fundação Banco do Brasil
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Fernando Garcia Moreira – Professor, Universidade do Vale do Paraíba
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Heitor Gurgulino de Souza – Secretário Geral, Associação Internacional de Reitores
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Fredric Michael Litto – Presidente, Associação Brasileira de Educação a Distância
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Juliana Opipari Paes Barreto – Vice Superintendente, Alfasol
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Sérgio Pompeu – Jornalista, O Estado de S. Paulo
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Norma Reis Valle Coutinho – Coordenadora Pedagógica, Espaço Criança Esperança
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Dilvo Ristoff – Diretor, Universidade Federal de Santa Catarina
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David Santos – Diretor, Educafro
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Vandyck Silveira – Diretor Gerente, HSM Business School
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Rafael Torino – Diretor, Fundo Nacional de Desenvolvimento Econômico
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José Vicente – Presidente, Afobras
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Samara Werner – Diretora de Educação, Instituto Oi Futuro
Mas Qatar vai também se tornar a Estocolmo da Educação, com o seu Prêmio WISE da Educação. Todo ano o mundo da educação vai estar olhando para Doha no último trimestre do ano para saber quem é o premiado com a significativa quantia de 500 mil dólares.
Um país pequeno, que tem uma população total mais ou menos igual à da cidade do Recife, e cuja população com direitos de cidadão não passa de cerca de 300 mil – a população de Uberaba (o resto é imigrante que só entra aqui para trabalhar) – de repente, por ações inteligentes e bem focadas, chama para si, de forma positiva, a atenção do mundo inteiro, por causa de suas iniciativas na área da educação.
E note-se que as iniciativas não são bairristas, voltadas para o mundo árabe, ou para as nações do Golfo Pérsico, coisa assim. O olhar do Qatar é para o mundo, não para o próprio umbigo.
Eis uma lista das universidades do Qatar:
- Academic Bridge Programme
- Carnegie Mellon University in Qatar (sede em Pittsburgh, PA, EUA)
- College of North Atlantic Qatar
- Georgetown University School of Foreign Service in Qatar (sede em Washington, DC, EUA)
- Northwestern University in Qatar (Sede em Evanston, IL, EUA)
- Stenden University Qatar
- Texas A&M University at Qatar (Sede em College Station, TX, EUA)
- Virginia Commonwealth University in Qatar (Sede em Richmond, VA, EUA)
- Weill Cornell Medical College in Qatar (Sede em Ithaca, NY, EUA)
- University of Qatar
Note-se só. Seis delas são “filiais” de reputadas universidades americanas.
Enquanto isso o Brasil coloca obstáculos a que universidades estrangeiras abram filial aqui e ameaça não reconhecer diplomas de cursos a distância ministrados pelas melhores universidades do mundo, como Harvard, Yale, Stanford, Massachusetts Institute of Technology, etc. Quando faz parcerias com outros nações, elas são com a Venezuela, a Bolívia, o Equador, o Paraguai, Cuba…
O Brasil é grande, em território e população, mas pensa pequeno, pensa localmente, pensa regionalmente. O Qatar é pequeno, em território e população, mas pensa grande, pensa globalmente.
Aí está a diferença.
Em Doha, 9 de Dezembro de 2010
It’s usually a joy to read your comments about education, I have high respect for you and most of the time couldn’t faulter your ideas about Brazil. Although I have to say that I have my own views about countries like Qatar. When it comes to traffic, England for example is so far ahead of Brazil too, here the laws are sharp and we don’t have as many traffic lights like Brazil either. I’m not sure if you ever had the oportunity to drive in UK, we have the roundabouts that you described and in some cities we even have a ‘magic roundabout’, where five or six of them work on beside the other, and everybody knows to give way to the right, making the traffic flow. Of course London is a city apart, so many foreigners driving it is a bit difficult to keep the same pace of the rest of the UK.
I also would have to say that I am more prone to believe in that story about people being somehow ‘bought’ by their sponsors in Qatar and being kept as slaves. I don’t think the employee at the hotel would say anything different, mind you, it is possible that he is happier there than in his own country, but they still don’t know what freedom or democracy is. I have been living in England for the past ten years, and here I met and became friends with many muslim people and all the stories I heard make me believe that such countries want to spread their religion and views to other people. I’m sorry to say that I guess this is one of the reasons why those universities are doing well abroad. Having said that I agree with you when you say Brazil should open the doors to good foreign universities and also recognize the courses done abroad.
All things considered, I have to say that when I grow up, I want to be just like you my dear teacher. Tee hee
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Thank you for the comment, Katia, as well as for the personal remark…
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