Estou escrevendo no dia 6 de Abril.
Em 2005, no dia de hoje (exatamente sete anos atrás, portanto), eu estava em Panama City, numa reunião de L’Alianza por la Educación, o segmento latinoamericano do programa global da Microsoft Partners in Learning.
Pelo então MSN (hoje Windows Live) Messenger eu acompanhava a evolução da gestação de minha filha mais nova, Patrícia, que estava para dar à luz o seu segundo filho. Quem me informava era a Fernanda, tia dela.
Nascimentos são (ou deveriam ser) coisas corriqueiras. Mas a preocupação, no meu caso, era maior do que o normal porque menos de dois anos antes ela havia perdido seu primogênito, Guilherme, que nasceu com problemas em 9 de Setembro de 2003 e morreu logo depois, no dia 15, dia em que completaria uma semana. No dia em que o Guilherme nasceu eu estava em Amsterdam, numa reunião do segmento europeu do mesmo programa da Microsoft…
Felizmente, a Fernanda me informou de que que o Marcelo havia nascido — e que estava bem. Logo depois recebi uma foto dele. Achei lindo. (Olhando à foto hoje, da perspectiva de quem viu o que ele se tornou, sou forçado a reconhecer que aquela foto, tirada pelo pai dele, logo depois do nascimento, está longe de ser a melhor foto do menino. Mas…
Lembro-me como se fosse hoje a emoção que senti ao saber que tudo havia ido da melhor forma possível.
Ao final da reunião saí à rua e comprei uma cópia do jornal Panamá América daquele dia. No dia seguinte, comprei a cópia do mesmo jornal do dia 7 e também uma cópia do The Miami Herald – International Edition. Fiz isso para que o Marcelinho um dia pudesse ficar sabendo o que estava acontecendo no mundo no dia em que ele nasceu. Estou com esses três exemplares dos jornais aqui comigo, no sítio, em Salto, agora… Encontrei-os, fuçando nas minhas coisas antigas — as minhas relíquias, como eu as chamo. Sou cheio delas. Os jornais estão amarelados, mais inteiros. Quando o Marcelinho crescer mais um pouco, e, talvez, souber apreciar o gesto, dou as cópias para ele.
Hoje, comemoro o sétimo aniversário dele mais uma vez longe dele.
Há dias, ele caiu na escola e quebrou dois dentinhos da frente. Felizmente, ainda de leite. Como o pai e a mãe são dentistas, creio que está em boas mãos, nesse aspecto.
Antigamente, o sétimo aniversário parecia indicar que uma fase da vida estava se completando: a infância, propriamente dita, em que a gente simplesmente brincava e curtia a vida, sem maiores obrigações. Depois dos sete, a gente tinha de ir para a escola e começava uma infância diferente, já cheia de obrigações chatas.
Hoje em dia, as crianças já vão para a escola muito mais cedo — até com dois anos. A infância, propriamente dita, vai se encurtando… Eles nem sentem falta dela, porque nunca a conheceram, como eu a conheci: tive a ventura de só ir para escola aos oito anos e meio…
Deixo esse registro aqui como minha homenagem a um menino lindo, inteligente, carinhoso, de boa índole, que é o único de meus netos que carrega meu sobrenome: Marcelo Chaves de Moraes Salles. Nome de gente importante, como diria meu pai, bisavô dele.
Marcelinho, um beijo do vô. Amo você, querido.
Em Salto, 6 de Abril de 2012.
(postado apenas em 8 de Abril por ter tido problemas com a Internet nos dias anteriores)
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