Setentinha, como disse a minha irmã…

No Sábado, 7 de Setembro de 2013, completei setenta anos.

Nesse dia estávamos em Poços de Caldas, MG, a Paloma e eu, e celebramos o meu aniversário sozinhos, passeando, almoçando e jantando juntos. Vou me lembrar bem desse dia. Passeio de charrete pela manhã, depois do almoço passeio de carro pelos principais pontos turísticos da cidade.

Nunca fui de fazer celebrações nos meus aniversários. Mas lembro-me bem de alguns.

A maior delas foi a celebração de meus 66 anos, em 2009, com amigos no nosso sítio “O Canto da Coruja”, em Salto, SP. A Paloma organizou o evento. Celebrávamos, naquele ano, Cem Anos, somadas as idades dos dois: eu, 66, ela, 34. O evento foi bem documentado e temos várias fotos e um vídeo de um pequeno discurso, muito lindo, da Paloma. Havíamos comemorado também, um dia antes, um ano de vida em comum.

Os meus 65 anos foram celebrados, de forma não planejada, em 2008, em um grupo muito pequeno, em Campos do Jordão, no Arraial dos Mellos, com a Paloma, a Fernanda Ralston-Semler e o Ricardo Semler. Só nós quatro. A Fernanda arrumou um bolinho com uma velinha… Era o dia seguinte àquele em que, em decorrência, em parte, de decisões nossas, e fruto, em parte, da predestinação divina, ou da mera força do destino, começamos a viver juntos, a Paloma e eu.

Em contraste, meus 60 anos celebrei, em 2003, em Salzburg, na Áustria, no Schloss Leopoldskron (verifiquem o vídeo http://www.youtube.com/watch?v=M6UcpUjA7YI#t=18), onde estava participando, a convite da Microsoft, de um evento organizado pelo Salzburg Global Seminars acerca de Inclusão Digital. Não imaginei que alguém soubesse da data de meu aniversário. Mas, à noite, numa das salas mais lindas do palácio, trouxeram um bolo e champagne e cantaram Happy Birthday para mim. Daquele grupo de mais de cem pessoas mantenho, dez anos depois, a amizade de Michael Furdyk e Tim Magner.

Dos demais aniversários, sinceramente, não tenho a menor lembrança.

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Nasci em Lucélia, Estado de São Paulo, no dia 7 de Setembro de 1943, o primeiro filho de Oscar Chaves e Edith de Campos Chaves. No momento de meu nascimento, meu pai tinha 30 anos e 10 meses e minha mãe 19 anos e 1 mês. Fazia 14 meses que estavam casados, tendo morado em Paracatu, Minas Gerais, antes de vir para Lucélia.

Um cartãozinho, de praxe, foi impresso, com o desenho de um nenezinho segurando o dedão do pé, e os dizeres: “Eu, Eduardo Oscar, nasci hoje no lar de EDITH e OSCAR CHAVES. Lucélia, 7-9-1943″.

Nascimento EOEMCC-x

Cartão de Notificação do meu nascimento

Ainda possuo alguns cartões que recebi. De Da. Mary Lane, esposa do Rev. Eduardo Lane, há um cartãozinho com os dizeres: “For dear Boyzinho, with muito love. Your friend, Mary Lane”. O cartãozinho parece ser desses que acompanham um presente. Dr. Lane mandou um cartão, em que escreveu um bilhete. “Parabéns pelo novo missionário. Ahi vae o início de um fundo para a sua educação. Desejo para elle, como para os paes, as maiores bênçams de Deus. O amigo, Eduardo Lane. Jaboticabal, 24 de Set. 1943″. Miss Frances mandou um cartão com algumas florzinhas, e os dizeres: “To Eduardo Oscar, with love and all good wishes, as well as congratulations to your father and mother. Miss Frances”.  Minha mãe escreveu do lado: “Set. 1943”. Kate e Alva Hardie enviaram um cartão branco, com uma mensagem: “Presado irmãos [sic]: Saudações. Faça o favor de dizer ao Eduardo Oscar que recebemos seu cartão e ficamos muito contentes com a notícia da chegada dele, e esperamos que ele cresça para ser um grande pregador do Evangelho, imitando o pae dele. Esperamos que a mãi dele vai indo bem. Lembranças de Kate e Alva Hardie. Araxá, Minas, 14.9.43”. O Rev. Sebastião Machado e sua esposa Júnia também enviaram, de Patrocínio, um cartão: “Patrocínio, 16-10-1943. Prezados amigos Da. Edith e Rev. Oscar. Muito nos alegramos com o nascimento de seu filhinho Eduardo. Deus o abençôe grandemente para maior alegria e felicidade de vosso lar. Júnia e Sebastião.”

Uma das coisas pela qual vou ser sempre grato a meu pai é o fato de que ele escreveu a história dos meus primeiros 12 meses de vida em uma pequena agenda, e, depois, ficou 12 meses sem escrever, voltando a fazê-lo apenas no dia de meu segundo aniversário. Vou transcrever aqui (exatamente na grafia usada) o que ele registrou, sob o pomposo título de O Nascimento e a Vida do Eduardo Oscar, escrito pelo seu pai, tendo o primeiro registro a data de Outubro de 1943.

Tudo que está em itálico a seguir é relato do Rev. Oscar Chaves.

Nascimento e VIda de EOEMCC

Primeira Página da cadernetinha em que meu pai escreveu um sucinto relato de meus dois primeiros anos

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Eduardo Oscar nasceu em Lucélia, E. S. Paulo, aos 7 de setembro de 1943, às 10 hs. da noite, na casa que foi do Sr. Antonio B. Oliveira, à rua Amazonas, s/n. O médico parteiro foi o Dr. Santos Abreu. D. Angelina, avó do Oscarzinho, estava presente também.

Na terça-feira (dia 7), às 7 hs. da noite, a Edith começou a sentir as primeiras dores do parto. As 8,30 fui chamar o Dr. Santos, que logo veio e afirmou que o nascimento só se daria no outro dia cedo, pois o primeiro parto é sempre mais difícil. A Edith gemia e chorava não suportando as dores. Como sofre uma pobre mãe! Se todos os filhos soubessem como fazem sofrer as suas pobres mães!… O Dr. Santos, fazendo um exame na Edith, disse-nos, admirado, que a criancinha nasceria breve! De fato, às 10 hs. o garotinho nasceu  e logo deu o “ar da graça” chorando um pouco. Que menino grande! Nasceu muito feio e enrugadinho, mas muito grande. D. Georgina Aguiar, nossa amiga e irmã, chegou a tempo de assistir ao nascimento. Dr. Santos cortou o umbigo e depois se retirou. D. Angelina e D. Georgina cuidaram do bebê. Os primeiros banhos foram dados pela D. Georgina. Depois D. Angelina tomou esse encargo. No 1º e 2º dias o Oscarzinho não chorou muito, nas depois começou a dar trabalho, especialmente à noite!

Que tristeza! Como chorava alto o garotinho! Dormi no escritório e deixei D. Angelina dormir com a mãesinha dele. Não era fácil dar-lhe banho, pois o pequeno escorregava e chorava muito. No dia 4 de outubro D. Angelina foi para Campinas, juntamente com o vovô do Oscarzinho, que veio para levá-la. O vovô ficou muito entusiasmado com o lindo netinho! (Um mês depois o Oscarzinho já estava bonitinho, pois já havia engordado bastante). Ele ganhou muitos presentes e cartas de felicitações.

Começou a sofrer de dor de barriga e a chorar muito. A Edith e eu já estávamos cansados e abatidos, pois pouco dormíamos. Já ficávamos tristes quando vinha a noite, pois sabíamos que o menino ia dar-nos muito trabalho. E de fato, como chorava! A Edith e eu alternavamos as ocupações. Cada noite um dormia na beirada para cuidar do nenê e fazê-lo dormir.

Quantas vezes eu acordava, de madrugada, e via a Edith sentada, de mau geito, com o Bebê nos braços, acalentando-o, pondo-lhe a chupeta na boca, para ver se o fazia dormir! Afinal, resolvemos leva-lo para Campinas, pois a Vovó estava morrendo de saudades dele e nos pedia que o levassemos. A titia Alice também estava até “caducando” por causa dele. O Vovô, nem se fale!

Eu e Edith - 194309 - cut

Minha mãe e eu, quando eu tinha mais ou menos um mês de vida, na frente de nosso bangalozinho de madeira, alugado, na Rua Amazonas, s/n, em Lucélia, onde nasci.

No dia 19 de outubro tomámos a jardineira até Tupã. O dia estava quente, mas o Oscarzinho dormiu quasi o tempo todo. Só chorava quando a jardineira parava. Às 2 hs. da tarde chegamos a Tupã e as 3,45 tomámos o trem. A viagem não foi muito bôa, pois o trem estava muito cheio! Metade da viagem foi feita no carro de 2ª classe, pois não pudemos arranjar lugar na 1ª classe, devido ao grande número de pessoas. Passámos a noite com o Nenê nos braços. Ele não deu trabalho, pois dormiu mais ou menos bem. Às 6 hs. da manhã chegamos a Campinas. A Vovó já  estava desconfiada e assim logo que ouviu alguém bater no portão, pulou da cama e foi abri-lo para nós. Logo veio a Alice, afobada, louca para ver o sobrinho! O Vovô também veio logo e que alegria! A Titia achou que o sobrinho era um “encanto”!

Depois de alguns dias a Edith o levou ao “Bento Quirino” para ser pesado e examinado. O médico não estava lá mas ele pesou 1,K e 620 gramas com 1 mez e 20 dias! (sic) Muito bem, Sr. Eduardinho, você vai indo muito bem, pois está pesando mais do que o normal! Meus parabens!… Mas você deve agradecer à sua bôa mamãe que tem muito leite para você mamar, ouviu?

No dia 29 deixei a mamãe e o filhinho com a Vovó e tive de voltar para Lucélia. Em Bastos a “Sociedade de Senhoras” deu-me 150 cruzeiros, de presente, para o Oscarzinho.

Até aqui, temos sido ricamente abençoados por Deus! Que Ele cuide sempre do garotinho, segundo a sua vontade, é a minha oração.

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Hoje, dia 7 de dezembro, recebi uma carta da Edith. Como sempre, nas outras cartas, ela fala bem do Oscarzinho! Cada carta que vem conta uma “novidade” dele! A mamãe diz que ele já tem “covinha” no cotovelo, já tem “pulseirinha” no bracinho e está com as perninhas como duas mandiocas! Então está gordinho mesmo! Já fica deitado sem chorar, e gosta muito de conversar e dar risada! Vive só falando “angú”. Gosta de passear e olhar tudo ao seu redor. Hoje ele completa 3 mezes! Tenho imensa vontade de vê-lo, abraçá-lo e carregá-lo! No princípio de janeiro, se Deus quiser, irei vê-lo. Deus o guarde sempre e o encha de bênçãos! Cuida dele, Senhor, para a Tua honra e glória!

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Uma carta que a Edith me escreveu no dia 17 (dezembro) diz que o nosso Oscarzinho está muito doentinho, com diarreia. Foi levado ao “Bento Quirino”, mas a doutora mal o examinou. Foi ao Dr. Paioli e este receitou “Elixir Paregórico”! Mas o farma- (sic) achou que não se devia dar o Elixir ao menino. No dia seguinte, diz a mamãe dele, ele já estava melhor um pouco, pois já estava mais alegre! Sei que Deus cuidará dele, e isso não me deixa ficar muito preocupado. Mesmo assim, que susto meu Pae! A diarreia aqui em Lucelia está matando crianças. O Eduardo Oscar está nas mãos de Deus, o verdadeiro Pae e medico. –

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Dia 23 de junho de 1944

Faz muito tempo que nada escrevo sobre o nosso Oscarzinho! A última vez que escrevi ele ainda estava em Campinas e eu aqui. No 1º de janeiro de 1944 fui para lá. Encontrei-o forte e grande! Eu não o reconheceria se o visse em qualquer lugar! Estava lindo, de fato! Depois de 1 mez voltámos para Lucélia. Nos primeiros dias de fevereiro aqui chegámos. Todos “estranharam” o menino, pois o acharam robusto e bonito! Uns diziam que ele era o retrato da mãe! Outros diziam que era a cara do pai! Não sei quem tinha razão! A Vovó Angelina ficou em Campinas, morrendo de saudades do netinho! Todos lá só escreviam tendo o Oscarzinho como têma. A vovó de B. Horizonte ainda não o viu. Mandámos-lhe um retratinho dele, com 4 mezes. Saiu muito bom, deitado de bruços sobre uma almofada (tirado nú). Foi tirado na FOTO PAIOLI, em Campinas. A Vovó de B. Horizonte o achou lindo também e diz que a tia Dulce todos os dias olhava o retrato do netinho! (sic) Não sei quando ela poderá vê-lo!

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Aqui em Lucélia o garoto se deu muito bem, graças a Deus. Desenvolveu-se muito e não adoeceu. Só um dia ficou com diarréa (isto é, diversos dias) talvez causada por umas bolachinhas compradas no japonês… A Edith se esforçou muito para que ele aprendesse a bater palminhas. Afinal, viu seus esforços coroados de exito. O “moleque” aprendeu bem e batia palmas a todo instante. Comprámos-lhe um bercinho. Puzemos grades ao redor da nossa cama, e ali ele brincava sempre, sem perigo de cair. Mas não gostava muito de ficar no curralsinho! Quando a gente se aproximava ele agarrava-se com força no braço da gente e queria sair!

Aprendeu a sentar-se! Que “tôquinho” engraçadinho, sentadinho na cama! Gostava muito de dar risada (e ainda gosta) para todo mundo! Na igreja, então, era um caso sério! Chamava a atenção de todos! Brincava, dava gritinhos, fazia BRRR… puxava o cabelo de quem estivesse à frente e às vezes atrapalhava até o papai na pregação! Ficou muito gordo. Com 8 mezes pesou 11 quilos.

No dia 30 de maio resolvemos levá-lo para Campinas novamente, pois estava dando varisséla, pneumonia e coqueluche em Lucélia. Ademais a Vovó e Vovô e tia Alice estavam loucos de saudade dele. Fomos. Boa viagem.

Como o acharam grande! E mais bonito ainda! (Que povo sem modéstia!)

Deixei-os lá e voltei para o meu posto. Mas logo, se Deus quiser, irei vê-lo e à sua mamãe. No dia 30 pretendo partir para lá. Espere-me aí, Oscarzinho, que quero vêr como está você. Não estará muito manhoso? É perigoso… Com tanto mimo dos Vovós e Tia Alice! Bom, adeusinho!

Deus o guarde e o abençoe!

13 de agosto de 1944 – Domingo.

Aqui estamos, em Lucélia, desde o dia 3. Estive em Campinas um mês, onde encontrei o Oscarzinho forte e esperto. Ele não me “estranhou”. Progrediu muito! Ficou ativo e compreende quasi tudo que se lhe diz. Arremeda o gato, faz “micagens” e imita o que a gente faz, aponta os 2 dedinhos para cima quando ouve o roncar do avião, fala nenen e mostra o retratinho dele na parede, gosta imensamente de ver a rua e diz: BRRUA! A Vovó ficou lá toda apaixonada por termos trazido o netinho dela. Tiramos o retratinho dele (12 pôses) no Eurides, na idade de 10 mêses e 10 dias. Ficou ótimo. Mandamos uma cópia para a Vovó de B. Horizonte. O Vovô Juca veio até Lucélia, para ajudar-nos trazer o “guri” e as malas.

No dia 8 deste mês, cêdo, descobri o 1º dentinho no Oscarzinho! Que festa! A mamãe queria logo vêr e foi preciso dar-lhe água no copo para ouvirmos o tinir do dente no vidro!

Nesse mesmo dia ele deu, sozinho, e em seguida, de uma só vez, 5 passinhos! Aleluia! Mas parece ter medo pois não quis repetir a façanha.

Em Tupã, no dia 4, conseguimos pesá-lo. Pesou, com roupa, 12 Ks e 800. Mas achei pouco, pois o moleque estava com um peso formidável.

Agora ele está um pouco resfriado, pois o pó e o vento de Lucélia não deixam ninguém sem resfriado.

Deus o guarde sempre!

o O o

7 de Setembro de 1944

“Louvae ao Senhor, porque Ele é bom”

Hoje o Oscarzinho faz 1 ano!

Amanheceu alegre e engraçadinho (como sempre!)

Está cada vez mais firme para andar! (Pois no dia 24 de agosto, com apenas 11 mêses e meio, ele começou a andar, e já desde manhã! Começou e não parou mais! Já anda pela casa toda!)

Ontem a mamãe fez umas balinhas de côco e queijo, e hoje já comemos bastantes delas. Logo cêdo a D. Eunice Lopes veio do sítio e trouxe um bôlo para o Oscarzinho (mas os papais é que o comeram!). Mais tarde a D. Elvira (do Sr. Roque) trouxe-lhe um pacotinho de bolachas. O Nêgo e a Nilza mandaram-lhe uma cartinha de parabens, com uma poesia e um verso da biblia (Ecl.12:1). Agora, à noite, a nossa vizinha, D. Rosa, mandou-lhe uma fazendinha muito bonitinha, para um calção. –

Mas a primeira coisa que o guri ganhou foi abraços e beijinhos do papae e da mamãe. As Vovós ainda não escreveram.

O Oscarzinho já fala “papae”, “mamãe”, “nenen”, “dá”, e mais alguns vocábulos que só ele, porém, entende.

Agora ele ja está dormindo. São 9 hs. da noite. A mamãe está lendo na rêde. — Vamos dormir também, pois está frio. –

Antes, porém, vamos “fazer” o culto de “ação de graças” pelas bênçãos de Deus.

Deus nos guarde!

o O o

7 de Setembro de 1945!…

O Oscarzinho hoje está fazendo 2 anos! Aleluia!

Faz um ano que não escrevo nada sobre ele. Quanto progresso nesse tempo! Hoje ele é um “homenzinho”! Já fala tudo e entende tudo! Fala quasi tudo com perfeição. – Estamos no Paraná, em Irati. – O Oscarzinho estranhou o clima, no começo, e adoeceu aqui, com um forte resfriado. O ouvido ficou inflamado. Sofremos muito. Quasi perdemos o garoto. Mas Deus o salvou.

O vocabulario do Oscarzinho é todo especial. Alguns exemplos: cocôlo (pescoço) Tolôta (tezoura) Colube (Sr. Rubens) Telêta (Tereza) Lili (chichi) Cacado (macaco) Lolôlo (cachorro) Cana (cama) Tutú (bala) Telêlo (travesseiro) Púc (peido) Guêla (igreja) Vovôi (favor) Lalão (feijão) Aca (agua) Inguila (linguiça). “Cazinho Vate” (Oscarzinho Chaves) – “Cazinho Vate do Papai e da Mamãe” (é o nome que ele se dá). – Gosta muito de ouvir música! Gosta de cantar. Quando há estática no radio ele diz: “Mamãe, rado tando puc”! (o rádio está soltando etc.). Para dormir agora, é necessário ir com ele para a cama e lá cantar, até ele dormir, qualquer hino. Ele escolhe e ajuda a cantar: “Papai, canta Quito pá mim”! (Cristo p’ra mim). Ou outro: “Eh vevê-lo” (Hei de vê-lo). – Ultimamente gosta muito do corinho: “Sou amigo de Jesús”. Ele pede e canta: “Migo Zuzú”. Faz oração à hora das refeições. Põe as mãosinhas nos olhos e responde: “Amén”. Às vezes repete o que a mãe lhe ensina: “Papai do céu, tato pelo papá – Amén”. (Papai do Céu, obrigado pelo papá). Gosta de lidar com o martelo, machadinha, prego, etc. Quando estou fazendo um trabalho pesado qualquer, ele vem agarra em qualquer coisa e diz: “Nenen luda papai” (Nenen ajuda o papai).

No 2º aniversário ele ganhou: do papai e mamãe, uma capinha, um par de botinha e um urso. Do Sr. Hermes Sene (filhinho): um caminhãozinho de madeira. Do sr. Angelo (batista) um saco de balas. De D. Walmir (batista) uma calcinha de brim; — Da Tia Alice: um urso grande, de pano. Do Vovô e Vovó: 2 terninhos e uma blusinha.

Agora ele está dormindo. Está forte e ativo. Deus o guarde e o abençoe!

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Pois é. Deus tem ouvido a prece do meu pai ao longo desses 68 anos, desde que meu pai escreveu seu último relato em 7 de Setembro de 1945, no meu segundo aniversário, logo depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Suas bênçãos têm sido multiplicadas nos últimos cinco anos, de longe os mais felizes de minha vida.

Em São Paulo, 11 de Setembro de 2013

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