Somos ouro no vôlei feminino

 

Ouro no volei 4

Ouro no volei

Somos ouro no vôlei feminino. Finalmente. Jogo lindo… Perdemos das americanas no futebol, mas demos o troco no vôlei.

Ao ver as meninas comemorando, saltando, abraçando-se, lembrei-me de uma crônica velha do Mário Prata, chamada “As Meninas Moça”. No caso, falava ele do time de vôlei feminino do Leite Moça. Ele era apaixonado por aquelas meninas. (Quem não era?) Escreveu uma crônica quase erótica, mas light – muito bonita. Falava de como é bom olhar as meninas jogando vôlei. Se bem me lembro (mas posso estar embelezando um pouco), ele falava daqueles shorts justos, realçando as formas das garotas, atrás e na frente. Falava das coxas batendo uma na outra quando elas saltavam para bloquear ou cortar. Falava das pernas esparramadas quando elas caíam tentando interceptar uma cortada adversária. Falava dos seios balançando quando elas saltavam – embora os seios fossem relativamente pequenos e estivessem bem bloqueados em sutiãs apertados.

Um pouco disso é Mário Prata. O resto sou eu mesmo, entusiasmado de ver a vitória das meninas brasileiras sobre as meninas dos Estados Unidos. Não debitem na conta dele o que é meu. Nem me creditem o que é dele. Mas foi lindo ver as meninas ganhar o ouro. As meninas de ouro, como diz o Galvão Bueno…

Fico me lembrando da Vera Mossa, de Campinas… da Ana Paula, de anos anteriores. Da Sheilla, agora. Todas elas lindas. Todas elas musas.

Ouro no volei 2

Ouro no volei 3

[UOL: Desculpe por usar as fotos… Sou cliente de vocês. E pelo menos dou o crédito.]

Em Salto, 23 de Agosto de 2008

Se tem de perder pra alguém, que seja para os EUA

Acabou a final do futebol feminino nas Olimpíadas. Pela segunda vez, o Brasil perde a medalha de ouro — para o mesmo time, o americano.

Sinto pelas meninas brasileiras. Torci para elas. Mas se tinham de perder para alguém, estou contente que tenha sido para as meninas americanas. Odiaria perder para as alemãs ou as argentinas. Não odeio perder para as americanas.

Sou brasileiro de nascimento. Também por sentimento. Mas os Estados Unidos são minha segunda pátria. Morei lá durante muito tempo, lá terminei meus estudos formais, obtendo o Mestrado e o Doutorado, lá tive meus dois primeiros empregos acadêmicos. Tenho uma filha, a Andrea, hoje com 35 anos,  anos, nascida lá. Na realidade, ela sempre morou lá, embora tenha também nacionalidade brasileira. Tenho duas netas nascidas lá, Olivia e Madeline, que também têm dupla nacionalidade. Minha filha fala Português, mas minhas netas, não. A comunicação com elas é, portanto, necessariamente em Inglês.

Além disso os Estados Unidos têm feito mais pelo futebol feminino do que qualquer outro país. Minha neta de seis anos joga futebol na escola, tem técnicos, aprende todos os fundamentos direitinho… E isso como parte das atividades escolares, em campos bem construídos e com todos os recursos necessários…

É isso. Parabéns às americanas pela medalha de ouro e parabéns às nossas valiosas meninas pela de prata.

Em Salto, 21 de Agosto de 2008

O Campeonato Paulista

Sei muito bem que o importante não é como as finais do Campeonato Paulista começam, mas, sim, como terminam. Mas antes começarem assim, com vitória da Ponte Preta e do São Paulo, este totalmente estropiado, sem elenco, com gente machucada, suspensa, etc., do que de outro jeito. Agora Guaratinguetá e Palmeiras terão de lutar contra o prejuizo. Espero que Ponte Preta e São Paulo façam a final. Assim, se o São Paulo perder, não ficarei tão triste, porque um time de Campinas terá ganho.

E falem o que quiserem do Adriano, ele está garantindo o time na frente — com o Rogério garantindo na defesa.

Avante, São Paulo.

Em Hanoi, 14 de Abril de 2008

Há Conversão no Futebol?

No meu artigo anterior relatei que, durante a cerimônia do “Batismo Tricolor” do meu neto Gabriel, o oficiante conclamou os que estavam sendo batizados não só a permanecerem são-paulinos para sempre mas, também, a converter torcedores dos times rivais, para que também eles venham a sentir a enorme satisfação que é torcer para um verdadeiro time, três vezes Campeão Mundial, cinco vezes Campeão Brasileiro…

À noite — a noite teve uma hora a mais, por causa do fim do Horário de Verão — fiquei pensando cá com os meus botões: há muito menos conversões no futebol do que há na religião e na política…

Quando dois se casam, se a mulher é realmente torcedora de um time, quase nunca se converte para o time do marido.

Meu irmão, palmeirense doente, casou-se, longos anos atrás (já tem um neto, ele, também, Gabriel), com uma corintiana. Não só ela não se tornou palmeirense como conseguiu que meus dois sobrinhos, filhos deles, contraíssem essa doença que é ser corintiano.

Meu amigo Roberto Carvalho, são-paulino de quatro costados, casou-se com a também minha amiga, Adriana Martinelli — palmeirense. Ela se converteu para o SPFC? Nem pensando. Neste caso, porém, ela perdeu a custódia futebolística dos dois filhos, ambos são-paulinos desde a maternidade.

Ontem, no batismo, havia mulheres que os maridos não haviam conseguido converter.

Enfim: pelo jeito, a mulher se converte — em geral quando ainda é namorada — apenas quando não liga muito para o futebol e realmente não torce — quero dizer T-O-R-C-E — para um time. Converte-se porque, não torcendo para nenhum time, não custa nada fazer um agradozinho para o (em regra futuro) marido. Se trocarem de marido um dia, provavelmente trocarão também de time… 

Aqui entre nós, nunca vi um caso de homem se converter para o time da mulher nem antes nem muito menos depois do casamento.

No entanto, no caso de religião, conversões são freqüentes — e, mais interessante, homens, neste caso, parecem não ter grandes dificuldades em adotar a religião da mulher. As conversões, aqui, não são só de uma denominação protestante para outra (Presbiteriana para Batista, Metodista para Pentecostal, etc.). Há conversões do Catolicismo para o Protestantismo e vice-versa (embora mais raramente neste caso), entre o Cristianismo e o Judaísmo, entre o Cristianismo e o Islamismo, etc.. Imagino que haja conversões até mesmo entre Judeus e Muçulmanos (embora isso hoje pareça difícil).

Em suma: o amor parece ser mais capaz de derrubar barreiras religiosas do que barreiras futebolísticas…

O mesmo se dá no caso da política. É raro ver um casal votar diametricamente oposto um do outro: em geral votam juntos — mesmo que não votassem juntos antes de se casar.

Aqui também, o amor parece derrubar mais facilmente as barreiras do que no caso do futebol…

Vou me tornar autobiográfico. Embora tenha nascido em Lucélia, no Estado de São Paulo, em 1943, meus pais se mudaram para o Paraná (Itati, Marialva e Maringá) quando eu tinha menos de um ano. Lá a gente vivia numa alienação total — eu nem acompanhava campeonatos de futebol. Para vocês terem uma idéia, eu, em 1950, que à época tinha quase sete anos, e morava na nascente Maringá (fundada em 1947), nem fiquei sabendo que estava havendo uma Copa do Mundo de Futebol no Brasil — nem que o Brasil a havia perdido vergonhosamente para o Uruguai. Só vim tomar conhecimento de coisas futebolísticas quando me mudei para Santo André, em Março de 1952. Mesmo assim, embora tivesse tomado ciência imediatamente de que havia São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Portuguesa (o Santos ainda não contava), levei quase dois anos para me decidir. Durante 1952, ainda estava me aclimatando a uma grande cidade e suas preferências futebolísticas. Não tínhamos televisão. Tínhamos apenas um rádio, mas era meu pai quem o monopolizava (em geral para notícias e músicas antigas — antigas para aquela época já: valsas e dobrados, especialmente). Ler jornal, não lia. Durante 1953 me vi pressionado pelos colegas da escola (Grupo Escolar “Prof. José Augusto de Azevedo Antunes) e da igreja (Igreja Presbiteriana de Santo André) a torcer por um dos três grandes (a pressão para torcer pela Portuguesa era mínima: só a Dona Maria, portuguesa, vizinha, torcia para a Portuguesa, dentre as pessoas que eu conhecia — e eu não gostava dela, porque era chatésima, não gostava de devolver as bolas para passavam por cima do muro e caíam no quintal dela…). Firmei uma decisão, durante 1953, de que o time que fosse campeão paulista aquele ano seria o meu time do coração. Não deu outra: o São Paulo Futebol Clube bateu o Santos na Vila, por 3×1, para se tornar campeão (já em 1954, no dia do aniversário de São Paulo — o Quarto Centenário! O SPFC é o verdadeiro Campeão do Quarto Centenário, não o Corinthians). Desde então, quase 55 anos atrás, nunca tive uma dúvida de que a escolha foi certa, nunca tive “second thoughts”, nunca nem flertei com outro time… Quando me mudei aqui para Campinas adotei o Guarani como segundo time e a Ponte Preta como terceiro. Se o SPFC não está envolvido, torço para o Guarani e para a Ponte Preta. Se o SPFC está jogando contra um dos dois, torço para o SPFC — torço para que vença de goleada: não tem dessas de torcer para empate. Se Guarani e Ponte Preta estão jogando, torço para o Bugre. Minhas preferências são bem hierarquizadas.

Durante esses 55 anos em que tenho sido são-paulino ferrenho, eu evoluí (sic) de protestante bem fiel, temente a Deus, para ateu — e evoluí (sic) de leve simpatizante de algumas idéias de esquerda para liberal clássico sem modulações, anti-esquerdista radical. Mudei de opinião. Não chamo essas mudanças de opinião de “conversões”, porque foram bem-pensadas, refletidas, resultado de um processo lento de desenvolvimento filosófico. O que chamamos de “conversão”, no sentido comum, em geral não tem essa carga (embora haja casos famosos de conversão, em regra para o Catolicismo, que se equiparam à minha mudança bem arrazoada de ponto de vista na religião e na política.

Ou seja, mudei de opinião em religião e em política, mas não em futebol…

Costuma-se dizer que futebol, política e religião não se discute — em geral porque parece que as perspectivas de convencer os outros são mínimas. No entanto, se minha análise é correta, a virtual impossibilidade de convencer os outros a mudar de opinião está no futebol: nas outras duas áreas, embora difícil, é possível fazer conquistas.

Por incrível que pareça há questões interessantes por detrás desses problemas aparentemente pequenos.

Em Campinas, 17 de Fevereiro de 2008

O Batismo Tricolor do Gabriel: 16/02/2008

Quem quiser pode começar com as fotos — há trinta delas no album que tem o mesmo título deste artigo e que pode ser visto ao lado ou clicando em:

http://ec.spaces.live.com/photos/cns!511A711AD3EE09AA!1809/  

No dia 09/12/2007 descobri que o São Paulo Futebol Clube, meu time do coração há 55 anos — e time do coração dos meus netos — criou há algum tempo uma instituição interessante: o Batismo Tricolor. Apesar de eu transcrever os detalhes abaixo, vocês podem vê-los em:

http://www.saopaulofc.net/batismo/index.html  

Resolvi inscrever o Gabriel, meu neto mais velho (oito anos e quase meio), depois de consultar seus pais. Ele ficou interessadíssimo. E eu, açanhadíssimo…

Recebi o boleto (R$ 120,00), paguei, e fiquei esperando a comunicação da data — os batismos ocorrem aos sábados, no Morumbi. O de hoje foi o décimo segundo — o décimo primeiro aconteceu em 08/12/2007. O primeiro batismo aconteceu em meados de 2006.

Nesta semana que se encerra hoje recebi o e-mail dizendo que o batismo seria hoje, sábado, 16/02/2008, às 10h, com entrada, meia hora antes, pelo Portão Principal do Morumbi (o de número 1). O Gabriel veio dormir ontem aqui em casa para que a gente não se atrasasse hoje. Estava elétrico. Trouxe sua camiseta oficial do SPFC para ir com ela. Ficamos conversando até tarde. Hoje, acordei-o antes das 6h e não foi preciso chamá-lo duas vezes. Acabamos saindo tão cedo que, apesar de termos parado no posto-restaurante Graal do km 56 da Bandeirantes (lindo, lindo o restaurante, novinho em folha, decorado com carros e motivos dos anos 50) para tomar café, chegamos no Morumbi antes das 9h. Resultado: participamos do batismo das 9h em vez do das 10h, como havia sido previsto…

É tudo muito organizado e muito bem feito. O batizando — vamos chamá-lo assim no momento anterior ao batismo — ganha vários presentes: uma camiseta do programa “O Batismo Tricolor”, bandeiras do SPFC, adesivos vários, um button (aqui chamado de bóton), uma vela do SPFC, um potinho com grama do campo, um certificado — e um DVD com duas fotos oficiais e a filmagem da cerimônia (que será entregue depois, pelo Correio).

O mais impressionante, porém, é entrar no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi de tantas glórias: entrar no próprio campo. Só que, compreensivelmente, é proibido pisar na grama do campo, que fica cercado com uma cordinha. Mas a sensação de estar lá dentro do campo, no nível do gramado, é fantástica. Já assisti a alguns jogos lá, há muitos anos, em geral da Seleção Brasileira, mas nunca havia entrado no gramado. (Pensando bem, creio que nunca assisti a um jogo do SPFC lá). 

A cerimônia é feita ao lado do brasão do SPFC, debaixo de uma tenda armada para a ocasião. O “oficiante” do batismo é o Santo Paulo, um senhor já idoso, mas muito animado e divertido, que faz gozação o tempo todo com os corintianos e palmeirenses… (Havia lá um “azulão”– torcedor do São Caetano — que foi tratado com a condescendência devida aos torcedores dos times pequenos… É verdade que toda vez que se mencionava o Corinthians — havia alguns pais e mães corintianos na turma, em cujo caso o padrinho em geral era o avô — o Santo Paulo nunca deixava de lembrar os presentes de que o Corinthians está na segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Quando um corintiano disse que isso era “no momento”, o Santo Paulo disse: “Claro, no momento — no ano que vem estará na terceirona, depois na quartona…”). 

Havia muita gente se batizando, a maioria absoluta crianças — embora houve uns poucos adultos (mulheres e namoradas, em regra) e pelo menos um senhor já idoso… Todos muito entusiasmados. Há um juramento bacana em que os batizandos prometem continuar são-paulinos para sempre e se comprometem a tentar converter torcedores de outros times…

Finda a cerimônia, fomos até a Loja do São Paulo (operada pela Reebok) e a Sala do Memorial — onde estão os troféus, as flâmulas, as fotos das várias conquistas. Emocionante. Vão ter de fazer um estádio maior para acomodar os troféus…

É uma coisa totalmente secular, naturalmente. Na verdade, é uma grande sacada de marketing, feita de forma muito eficaz e com muito bom gosto. Durante a cerimônia, além da gozação com os principais rivais, há também uma certa gozação (pequena, mas sempre bem-vinda, na minha opinião) com certos conceitos sagrados.

Enfim, foi uma experiência que valeu a pena. Se você é são-paulino, recomendo que leve seus filhos ou netos ou sobrinhos.

Abaixo, as informações sobre o programa, retiradas do site do SPFC:

http://www.saopaulofc.net/batismo/index.html

O Batismo Tricolor

Imagine você ou seu filho(a), dentro do gramado do Morumbi, ao lado do símbolo do São Paulo, sendo fotografado e filmado e ainda recebendo um certificado oficial de “São-Paulino”…..

Sonho? Não. Agora é realidade.

O São Paulo, em mais uma ação inovadora, acaba de lançar o projeto BATISMO TRICOLOR. Seja você mesmo o próximo a ser batizado ou traga alguém da sua família.

Como Funciona

O batizado tricolor não tem nenhuma conotação religiosa. Qualquer pessoa, independente de cor, raça, religião ou idade pode ser batizado.

Os batismos são realizados aos sábados, a partir das 09h00 da manhã, em turmas de 20 pessoas. A “cerimônia” com foto oficial demora ao total 30 minutos. Cada pessoa batizada tem o direito de levar um padrinho (madrinha) e 2 acompanhantes para entrar no Estádio. Outros convidados ficarão na numerada inferior.

Durante a cerimônia, a figura do “Santo Paulo” fará a leitura do compromisso de “são-paulinidade” e entregará a cada batizado, uma camisa oficial do projeto e um certificado. Logo depois, o batizado deverá tirar uma foto com seus acompanhantes ao lado do símbolo.

Cada batizado será premiado com :

– Vela oficial
– Vaso com grama do Morumbi
– Botom oficial do projeto
– Camisa exclusiva
– Certificado oficial de “São Paulinidade”
– 2 fotos oficiais
– 1 DVD do Batismo

O valor do Batismo é de R$ 120,00 por pessoa.

O Regulamento

* Para ser batizado, não há distinção de sexo, cor, religião ou idade.

* As inscrições podem ser feitas tanto via Web como via correio.

* O valor da inscrição será de R$ 120,00 (cento e vinte reais) através de boleto bancário.

* Só serão batizadas as pessoas que já tiverem quitado os boletos enviados.

* A data e horário do batismo serão determinados pela organização.

* A chegada
é obrigatória com trinta (30) minutos de antecedência no portão principal do Morumbi.

* Para os acompanhantes, será proibida a entrada vestindo qualquer camisa de outra agremiação ou clube de futebol ou de qualquer outra modalidade esportiva. Para o batizado, o traje deverá ser camisa do são Paulo ou camiseta branca.

* Cada pessoa batizada poderá trazer até três acompanhantes (incluindo um padrinho de batismo). Eventuais outros convidados serão encaminhados para as cativas inferiores azuis (na frente do símbolo).

* Caso o batizado ou seus acompanhantes pisem no gramado do estádio, o mesmo terá seu batismo cancelado.

* O pagamento efetuado não será devolvido, seja por cancelamento ou o simples não comparecimento na data marcada. Casos especiais serão decididos pela Diretoria de Marketing.

* Os participantes autorizam o SPFC a utilizar seus nomes e suas imagens em jornais, revistas, sites, ou qualquer outro meio de comunicação, para divulgação do Projeto “Batismo Tricolor”, sem que haja qualquer direito a remuneração para o participante ou ônus para a entidade.

* Eventuais duvidas favor enviar para batismotricolor@saopaulofc.net

Em Campinas, 16 de Fevereiro de 2008

Kaká

Ontem Kaká recebeu o prêmio da FIFA destinado ao melhor jogador do mundo em 2007. Ganhou com mais do que o dobro de votos em relação ao segundo colocado. Já havia ganho inúmeros outros troféus de melhor do mundo este ano. Ganhou o troféu de melhor jogador do Campeonato Mundial Interclubes e e o prêmio de melhor jogador da partida final. Fou campeão de tudo o que é campeonato de que participou. Joga sério e bonito – faz gols. É rapaz sério, conservador, religioso. Tem a cabeça no lugar. Não se deslumbra com o dinheiro — e é apenas o jogador de futebol mais bem pago do mundo. Não é de cair na gandaia. Tem condições de jogar mais uns doze anos, ou ainda mais, pois raramente se machuca. Nasceu no São Paulo Futebol Clube. Mas creio que torceria por ele mesmo se não tivesse. Fiquei tão contente com as vitórias pessoais dele e com a vitória do Milan como teria ficado se ele ainda estivesse no SPFC e fosse este o time a ganhar (também pela quarta vez) o Campeonato Mundial Interclube.
 
Meus parabéns ao Kaká!
 
Em Campinas, 18 de Dezembro de 2007

SPFC, Pentacampeão Brasileiro: Dentre os grandes, és o primeiro!

SPFC 2007

Com a vitória de hoje por 3 x 0 sobre o América de Natal, o SPFC se consagra pela quinta vez (e pela segunda vez consecutiva) Campeão Brasileiro, sem precisar dos resultados das últimas quatro rodadas do campeonato. Como diria aquela múmia corintiana que preside o Brasil, nunca antes neste país foi tão fácil ganhar um campeonato nacional. A festa será ainda maior no final de Dezembro se (quando?) o timeco do Parque São Jorge pelo que torce o presidente for rebaixado para a segunda divisão. 

A quatro rodadas do final, o SPFC tem nada menos do que quinze pontos de vantagem sobre o segundo colocado — o só um pouco menos timeco da Vila Belmiro. Quinze! O time chega a 73 pontos no total (tendo a chance de, no final, passar dos 80) e tem um saldo de gols de nada menos do que 38 — mais de 20 gols superior do que o segundo melhor saldo de gols do campeonato. Só em termos de número de vitórias, o SPFC tem no momento quatro a mais do que o segundo colocado.

Consagração total.

Além de ser o primeiro pentacampeão brasileiro que a CBF reconhece, o São Paulo é campeão pela segunda vez seguida. Em 2006 foi campeão com duas rodadas de antecedência. Este ano, com quatro.

O que mais se pode pedir de um time de futebol?

Meus parabéns, aqui da distante Helsinki, para Muricy e seus comandados e, naturalmente, para Rogério Ceni e seus capitaneados, e para todos os que participaram nesta brilhante campanha.

Rogério Ceni é, em termos de conjunto da obra, o melhor goleiro que este país — quiçá o mundo — já teve. É grande defensor e incomparável atacante nessa posição.

Quanto a Muricy, o fato de o Morumbi estar gritando o nome dele, como já fez com o nome do grande Telê Santana, do qual Muricy foi assistente, prova a sua consagração.

Setenta mil pagantes viram o jogo no Morumbi. Como queria ter estado lá!

Eis a notícia da Folha (http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas/2007/10/31/ult59u135431.jhtm):

31/10/2007 – 23h46

Em jogo de festa, São Paulo confirma penta e soberania nacional

Alexandre Sinato e Marcius Azevedo
Em São Paulo
O São Paulo, enfim, pode soltar o grito: é pentacampeão brasileiro. Em uma noite de festa, armada para uma digna final de campeonato, quase 70 mil pessoas pintaram o estádio do Morumbi com as três cores do clube e viram a vitória por 3 a 0 sobre o América-RN, na quente noite desta quarta-feira.

PRINCIPAIS LANCES DO JOGO

Flávio Florido/UOL Esporte

Hernanes comemora o primeiro gol na vitória sobre o América-RN
PRIMEIRO TEMPO

2min – Leandro cruza bola da direita. O goleiro Sérvulo falha na saída de gol, mas Dagoberto, livre de marcação, chuta por cima do gol.

9min – Hernanes faz ótima jogada pelo lado direito, entra na área e chuta para fora, com perigo.

13min – Após cobrança de escanteio de Jorge Wagner, o goleiro Sérvulo falha, mas Breno, livre de marcação, cabeceia para fora.

15min – Aloísio briga com os zagueiros do América-RN e toca para Dagoberto, que, na pequena área, chuta para fora.

28min – Jorge Wagner bate escanteio e Richarlyson cabeceia para o gol. Ney Santos salva em cima da linha.

38min – GOOOLL do SÃO PAULO!!!!!! Hernanes recebe na entrada da área e chuta forte. A bola ainda toca no chão e tira o goleiro Sérvulo da jogada.

44min –O goleiro Rogério Ceni cobra falta e quase marca o segundo do São Paulo. A bola explode na trave.

SEGUNDO TEMPO

1min – Jorge Wagner recebe de Aloísio livre dentro da área, mas chuta em cima do goleiro Sérvulo.

4min – GOOLLL do SÃO PAULO!!!! Jorge Wagner cobra escanteio da direita e Miranda sobe para cabecear, sem chance para o goleiro Sérvulo.

26min – Rogério Ceni cobra falta da entrada da área pelo lado direito e Sérvulo faz ótima defesa, evitando o gol.

31min – GOOOLLL do SÃO PAULO!!! Souza cruza bola da direita e Dagoberto, livre de marcação, cabeceia para fazer o terceiro.

Um empate com o adversário já rebaixado bastava, mas seria pouco para a expectativa e a empolgação dos torcedores que lotaram o estádio. E contagiado por esse clima da arquibancada, o time de Muricy Ramalho não decepcionou. Triunfou, atingiu pontuação (73) que não pode mais ser igualada pelo Santos e ainda quebrou escritas.

A primeira: o São Paulo se tornou o primeiro pentacampeão brasileiro "sem asterisco". Explica-se: o Flamengo se coloca em tal posição, mas a Copa União de 1987 faturada pelos cariocas não é reconhecida pela CBF, que considera o Sport campeão nacional desse ano.

Mais que isso, o clube tricolor nunca havia sido campeão brasileiro com vitória. Em 1977 e 1986, os jogos finais foram decididos nos pênaltis, após igualdades no tempo normal. Nas duas conquistas seguintes, em 1991 e 2006, empates asseguraram mais duas festas tricolores.

Apontado ultimamente como exemplo em organização, o São Paulo, com o penta garantido nesta noite, dá mais um resultado de sua competente estrutura. Afinal, é o primeiro bicampeão desde que o Brasileiro passou a ser disputado por pontos corridos, sistema que privilegia virtudes como regularidade, um elenco e não apenas um time eficiente, e a aposta no trabalho de seu treinador.

Para superar tais escritas e atingir tantas marcas, o São Paulo mostrou a mesma eficiência que o caracterizou durante a competição. Embora o placar do Morumbi marcasse por volta de 27º, a temperatura em campo seguramente foi maior, pelo menos para os anfitriões, abastecidos pela massa tricolor.

Massa que cantou o hino do clube seguidas vezes, que aplaudiu os jogadores mesmo depois de erros e que, é verdade, também se mostrou impaciente com meia hora de jogo, quando o empate sem gols persistia estampado nos placares do Morumbi.

Mas as críticas que, timidamente ameaçavam tomar mais corpo, logo deram lugar ao grito de gol que estava entalado na garganta. Aos 38min, Hernanes, de fora da área, acertou belo chute no canto direito de Sérvulo. Rogério Ceni, ao acertar cobrança de falta no travessão, também levantou os torcedores.

Figurante na festa desta quarta-feira, o América até tentou manchar o cenário tricolor. "Eles ficaram todos atrás da linha da bola, mas nosso time está jogando de forma inteligente, como campeão", avaliou Leandro no intervalo.

A noite, contudo, começou e terminou tricolor. Que o diga Miranda, autor do segundo gol do São Paulo no início do segundo tempo, de cabeça. Dagoberto foi outro que contribuiu, anotando o terceiro, também pelo alto, aos 31min. A torcida ainda comemorou os gols do Flamengo sobre o arqui-rival Corinthians. Enfim, tudo perfeito para o pentacampeão.

SÃO PAULO
Rogério Ceni; Breno (Danilo Silva), André Dias e Miranda; Leandro, Hernanes, Richarlyson, Jorge Wagner e Júnior (Souza); Dagoberto e Aloísio (Borges)
Técnico: Muricy Ramalho

AMÉRICA-RN
Sérvulo; Carlos Eduardo, Rogélio e Robson; Ney Santos, Marquinhos Mossoró, Joellan (Vasconcelos), Tony, Leandro Sena (Washington) e Berg; Geovane
Técnico: Paulo Moroni

Local: estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Árbitro: Lourival Dias Filho (BA)
Auxiliares: Luiz Carlos Silva Teixeira (BA) e Ângela Paula Ribeiro (MG)
Público: 69.874
Renda: R$ 1.042.850,00
Gols: Hernanes, aos 38min, do primeiro tempo; Miranda, aos 4min, Dagoberto, 31min, do segundo tempo

Em Helsinki, 1 de Novembro de 2007 – 3h50 da manhã; no Brasil, 31 de Outubro, 23h50.

The game ain't over 'til it's over…

A corrida de Formula 1 aqui em São Paulo hoje provou que também o Campeonato de Formula 1 "ain’t over ‘til it’s over".

Quase ninguém acreditava que Lewis Hamilton pudesse perder o campeonato (apesar do vexame dado no Grand Prix da China). Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, diz o ditado. Bem: parece que cai, sim. Hamilton deu vexame hoje também em Interlagos e terminou a corrida em sétimo lugar — precisava terminá-la pelo menos me quinto para ser campeão, independentemente do resultado de Fernando Alonso e Kimi Raikonnen. 

Os que achavam possível que Hamilton perdesse o campeonato acreditavam que, se o perdesse, o beneficiário seria Alonso. Bem: Alonso não foi campeão no lugar de Hamilton.

Quem ganhou foi o finlandês Kimi Räikkönen — tornando-se o terceiro finlandês a ganhar o campeonato de Formula 1 (o primeiro foi Keke Rosberg, que ganhou uma vez, e o segundo foi Mika Hakkinen, que ganhou duas vezes). Agora a pequena Finlândia está empatada com o enorme Brasil em número de pilotos que ganharam o prestigioso campeonato: Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. Só que os finlandeses têm quatro campeonatos no total e o Brasil tem oito — o dobro.

Estava torcendo por Räikkönen porque sempre torço pela Ferrari. Se Felipe Massa tivesse ainda chance, teria torcido para ele. Não tendo, ainda assim torceria se Raikonnen não estivesse no páreo. Estando Raikonnen na disputa, torci para ele. Saí satisfeito. Com Raikonnen e com Massa, que foi o ganhador moral da corrida — e agora tem um crédito junto a Räikkönene à Ferrari.

Por coincidência, amanhã vou para a Finlândia. Pena que vou via Estados Unidos — caso contrário poderia voar junto de Räikkönen…

[ET: O São Paulo ganhou do Cruzeiro — e completou o meu dia de vitórias… Apesar de no futebol também o campeonato "ain’t over ‘till it’s over", vai ser difícil que o SPFC perca esse campeonato. Está com 67 pontos, 13 a mais do que seu concorrente mais próximo, o Palmeiras (por incrível que pareça), que tem 54 pontos. Restam para os dois seis jogos. Isto quer dizer que há dezoito pontos em jogo. Se o SPFC ganhar dois dos seis jogos que restam, chegará a 73 pontos, e estará fora do alcance do Palmeiras, ainda que este ganhe todos os seis jogos que lhe restam. Mas… é bom esperar para comemorar… 🙂 ]

Em Campinas, 21 de Outubro de 2007

SPFC termina o ano na frente e se distanciando

Rumo ao Tetra das Américas e ao Tetra Mundial – para combinar com o Tetra Brasileiro. Assim a gente bota já 12 estrelas na camisa e estamos conversados…

Em Campinas, 26 de Dezembro de 2006.

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Da Folha Online Esporte, 24/12/2006 – 11h03

Confira a lista completa do Ranking Folha do Futebol Nacional da Folha de S.Paulo

1º São Paulo – 856 pontos
2º Palmeiras – 778
3º Flamengo – 770
4º Corinthians – 680
5º Vasco – 668
6º Santos – 655
7º Cruzeiro – 640
8º Grêmio – 594
9º Internacional – 569
10º Fluminense – 532
11º Atlético-MG – 472
12º Botafogo – 426
13º Bahia – 408
14º Sport – 360
15º Paysandu – 359
16º Fortaleza – 328
17º Coritiba – 309
18º Ceará – 308
19º Atlético-PR – 245
20º Náutico – 241
21º Vitória – 240
22º Goiás – 214
23º Portuguesa – 98
24º Criciúma – 92
25º Bangu – 77
26º Guarani – 62
27º São Caetano – 60
28º Brasiliense – 37
29º Juventude – 31
30º Bragantino – 25
31º Paulista – 22
32º Santo André – 15

Critérios de pontuação – Torneio (campeão/vice)

Campeonato Estadual (SP/RJ) – 10/7
Campeonato Estadual (Outros estados) – 7/3
Campeonato Brasileiro – 25/15 Taça Brasil – 15/10
Torneio Roberto Gomes de Pedrosa – 15/10
Copa do Brasil – 15/10
Torneio Rio-São Paulo – 10/5
Outras Copas Regionais – 7/3
Copa dos Campeões – 7/3 Conmebol – 15/10
Libertadores – 35/20 Supercopa – 10/5
Mercosul – 10/5 Recopa – 5/-
Mundial Interclubes – 30/-
Mundial da Fifa – 40/25

A Copa

A Copa do Mundo começou hoje (09/06/2006). A Globo, pelo que consta, enviou 185 profissionais para cobri-la. Todos os canais de tv, as emissoras de rádio, os jornais, as revistas — toda mídia dá destaque ao evento. 
 
Fico me perguntando: por que é que o esporte consegue mobilizar tanta gente desse jeito?
 
Intelectuais metidos a besta, professores universitários com complexo de superioridade, todo mundo se une para torcer por um grupinho de indivíduos que ganham o que certamente parece ser uma obscenidade. Por que os admiramos? Por que os aplaudimos? Por que torcemos por eles? Por que não nos revoltamos diante do fato de que eles ganham tanto e nós, comparativamente, tão pouco?
 
A esquerda costuma defender a tese de que a violência que aflige a nossa sociedade tem como principal causa a desigualdade sócio-econômica. Segundo essa tese, os pobres observariam os ricos, e, nessa "prise de conscience", perceberiam a ineqüidade de nossa sociedade — e se revoltariam. A violência seria a expressão dessa revolta.
 
Nada confirma essa tese. Pelo contrário. Estão aí o Ronaldinho Gaúcho, o Ronaldo Fenômeno, o Cacá… Todos multimilionários, todos adoradíssimos — especialmente pelos mais pobres. E não é só no esporte. Os artistas (cantores, atores, etc.) também têm rendas milionárias. E também são adorados — especialmente pelos mais pobres. Onde está a "prise de conscience"? Onde está a percepção da ineqüidade? Onde está a revolta?
 
Parece-me que os pobres são muito menos igualitaristas que os seus supostos defensores, os intelectuais de esquerda. Os pobres convivem bem com a desigualdade. Eles reconhecem que os dois Ronaldos, o Cacá, etc. merecem o que ganham — merecem ganhar muito masi do que eles. Estendendo o argumento, reconhecem que um médico, um engenheiro, um advogado, um professor universitário merecem ganhar mais do que eles.
 
Quem é que vai contestá-los?
 
Em Salto, 9 de junho de 2006