A educação é o processo pelo qual o ser humano se desenvolve, transformando-se, a partir de um bebê incompetente e, por causa disso, totalmente dependente, em um adulto competente e autônomo.
A aprendizagem é o único caminho para a educação, assim concebida.
No entanto, os caminhos para a aprendizagem são múltiplos. Dizer que são múltiplos e variados os caminhos que levam à aprendizagem não quer dizer, porém, que esses caminhos se igualem em eficácia e eficiência.
Como eu disse no artigo "Modelos de Aprendizagem", disponibilizado no meu site http://mathetics.net, que trata de assunto muito semelhante ao deste site, uma análise das várias teorias da aprendizagem nos permite agrupá-las, grosso modo, em três grandes grupos:
a) Teorias que vêem a aprendizagem como sendo em grande medida decorrente do ensino — isto é, decorrente da ação de pessoas que sabem algo, ou sabem fazer algo, e ensinam a outros aquilo que sabem, ou sabem fazer.
b) Teorias que vêem a aprendizagem como sendo em grande medida decorrente de atividades da própria pessoa que aprende, atividades essas que englobam a observação e a imitação, a investigação e a pesquisa, o estudo e a reflexão.
c) Teorias que vêem a aprendizagem como sendo em grande medida decorrente de interação entre as pessoas, interação essa que se manifesta através da troca de idéias, do diálogo, da discussão e da crítica.
O terceiro desses modelos não se reduz aos dois primeiros. Quando aprendemos de forma colaborativa, interagindo com outras pessoas, temos um modelo de aprendizagem próprio: nele, nem, de um lado, os outros nos estão nos ensinando, e tampouco nós a eles, nem, por outro lado, estamos aprendendo por nós mesmos.
Esses seriam os três grandes caminhos para a aprendizagem.
Pode haver, dentro deles, diferentes estilos de aprendizagem:
No primeiro e no terceiro modelo, o aprendente pode ser mais ativo ou mais passivo. No segundo, não há como ser passivo e ainda aprender.
Além dos estilos mais ativos ou mais passivos de aprendizagem, há outros estilos. Algumas pessoas aprendem mais facilmente manipulando idéias, conceitos, e enunciados apresentados de forma escrita — isto é, manipulando textos. Outras aprendem mais facilmente manipulando ideáis, conceitos e enunciados apresentados oralmente — isto é, em conversas, discussões, trocas de idéias realizadas face-a-face. Ainda outras aprendem mais facilmente lidando com imagens, gráficos, esquemas que representam idéias, conceitos e enunciados visualmente, não de forma explicitamente verbal. Os estilos ativos e passivos se misturam com esses outros. Há aprendentes ativos que, ao lidar com idéias, conceitos e enunciados, precisam esquematizá-los, elas mesmas, gráfica ou visualmente. Outras aprendem de maneira igualmente eficaz e eficiente inspecionando esquemas gráficos ou visuais elaborados por terceiros. Outras só aprendem se conseguirem repetir o que leram ou ouviram em suas próprias palavras. Outras aprendem bastante bem memorizando o essencial do que foi lido ou dito em palavras muito próximas das utilizadas originalmente.
Neste site vou procurar colocar artigos e outras contribuições que discutam essas questões.
Não deixem, porém, de visitar os sites http://learningpathways.net e http://mathetics.net. E, desejando, visitem também o meu portal: http://chaves.com.br.
Em Salto, 10 de maio de 2006