Hoje é Dia das Mães (escrevo já no dia, visto que estou em Taipei, Taiwan).
Aproveito para desejar Feliz Dia das Mães a todas as mulheres que, mães no sentido literal ou não, "de alguma maneira contribuem para que a vida de outros possa ser mais feliz, mais cuidada, mais leve, mais fácil de ser vivida"… (É isso que ser mãe quer dizer. (A frase entre aspas é de Ana Rita Hermes, colega tradutora pública juramentada, enviada em uma mensagem da lista de tradutores públicos juramentados. Foi dela que tomei emprestado essa definição de mãe).
Sempre argumentei que minha vida tem passado (na verdade, vem passando) por uma série de mães (elas vão se acrescentando).
Primeiro, houve a mãe biológica. Ela ainda existe — velhinha, com enormes brancos de memória, mas ainda firme.
Depois a mulher que, principalmente no Brasil, é uma outra mãe (que outra pessoa, se não uma mãe, lhe pergunta se você dormiu direito, comeu coisas certas, fez exercícios (andou), está bem agasalhado, etc.?).
Depois da mulher vieram as filhas. Em especial depois que tive um infarto, cinco anos atrás, minhas filhas me ligam todo dia — bem, quase todo dia — para saber se andei, se tomei os remédios, se não ando comendo porcaria, etc. — esse é o tipo de preocupação tipicamente materna.
Até minha nora, que é fisioterapeuta, quer saber de meus exercícios, critica minha postura, me alerta para que cuide melhor do meu peso, olha carinhosamente feio quando acha que tirei um pedaço muito grande de sobremesa ou bebi vodka em vez de vinho tinto…
Daqui uns anos, se eu viver até lá, provavelmente será a vez das (por enquanto) três netas…
Enfim, neste Dia das Mães, felizmente, mãe é o que não me falta. Esse tipo de cuidado maternal nunca recebi de meu pai e não recebo do meu filho, nem, provavelmente, irei receber dos meus três netos homens, todos eles muito queridos, mas muito pouco maternais. E isso por uma razão simples: eles não são mulheres. (Um quarto netinho, infelizmente, morreu uma semana depois de nascer, em 2003).
ET: Estou em Taipei, em Taiwan. O fuso horário aqui está 11 horas na frente do fuso horário do leste do Brasil. Tomar os remédios da manhã, da hora do almoço, da hora do jantar e de antes de dormir, quando se muda drasticamente de fuso horário, fica complicado. Faço uma tabela em Excel para ter certeza de que os tomo todos, na hora certa. Apesar disso, ao falar, agora há pouco, com minha mulher no Windows Live Messenger, eis com que ela me brinda: "Amor meu, não se esqueceu de tomar o seu remédio nenhum dia?" Só um sentimento muito filial me impede de me irritar… 🙂 Feliz Dia das Mães para você, em especial.
Em Taipei, 13 de maio de 2007
Adorei seu texto e quero que vc saiba que alem de todas essas mulheres vc tb tem uma irmã que te ama e sempre pensa em vc com carinho materno!!!!
Beijos da sua irmã que te ama muto
Ane
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