Administrar o Tempo é Planejar a Vida, v.3 (2011)

Como continuo a mexer nesse artiguinho, transcrevo-o aqui novamente, com acréscimos e alterações.

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Quem escreve sobre administração do tempo geralmente o faz, não porque seja especialista na questão, mas, sim, porque quer aprender mais sobre o assunto. Pelo menos foi esse o meu caso. Vou relatar aqui algumas de minhas descobertas, como roteiro para a (possível) leitura do texto maior do qual este é um resumo (*).

1. Administrar o tempo não é uma questão de ficar contando os minutos dedicados a cada atividade em que nos envolvemos: é uma questão de definir prioridades. Provavelmente (numa sociedade complexa como a nossa), NUNCA vamos ter tempo para fazer tudo o que precisamos e desejamos fazer. Administrar o tempo é ter clareza sobre o que, para nós, é mais prioritário, dentre as várias coisas que precisamos e desejamos fazer, e tomar providências para que o mais prioritário seja feito – com plena consciência de que o resto provavelmente nunca vai ser feito (mas tudo bem: as coisas que compõem o resto, neste caso, não são prioritárias, ou não são tão prioritárias quanto aquelas que de fato fizemos).

2. Dentre as coisas que vamos listar como prioritárias, algumas estarão na lista porque nos são importantes, outras porque nos são urgentes. Assim, o prioritário é composto do importante e do urgente. É razoável supor que algo que não é NEM importante NEM urgente não estará na lista de prioridades de ninguém. E, também, que a lista de todo mundo conterá coisas que são IMPORTANTES ao lado de coisas que são URGENTES. Não resta a menor dúvida de que as coisas que são ao mesmo tempo importantes E urgentes devem ser feitas imediatamente, ou, pelo menos, na primeira oportunidade. Poucas pessoas questionarão isso. O problema surge com coisas que consideramos importantes, mas que não são tão urgentes, e com coisas que são urgentes, mas às quais não damos muita importância.

3. Digamos que você considere importante ficar mais tempo com sua família do que normalmente consegue ficar. Por outro lado, você tem de trabalhar x horas por dia – onde x é um número relativamente flexível, sobre o qual você tem razoável controle. Se, para você, trabalhar é mais importante do que ficar com a sua família, o problema está resolvido: você trabalha, mesmo que isso prejudique a convivência familiar. Mas e se o trabalho não é mais importante para você do que a convivência familiar? Nesse caso, provavelmente o trabalho é urgente, no sentido de que tem de ser feito, pois doutra forma você pode ser demitido (ou perder clientes, se for autônomo ou empresário) e pode vir a ter dificuldades para manter sua família (embora, sem trabalho, provavelmente vá poder passar mais tempo com ela…).

4. É nesse conflito entre o importante e o urgente que a maior parte de nós se perde, e por uma razão muito simples: algumas das tarefas que temos de realizar não são selecionadas por nós, mas nos são impostas. Isto é: não somos donos de todo o nosso tempo. Quando aceitamos um emprego, por exemplo, estamos, na realidade, nos comprometendo a ceder a outrem parte do nosso tempo (e, também, o nosso esforço, a nossa capacidade, o nosso conhecimento, etc.). Este é um problema real e de solução difícil: não temos, em relação ao nosso tempo, toda a autonomia que gostaríamos de ter.

5. Acontece, porém, que geralmente usamos mal o tempo que dedicamos ao trabalho (e, por isso, temos de fazer hora extra ou trazemos trabalho para casa), ou até mesmo o tempo que passamos em casa e que poderia ser considerado tempo de lazer. Usar mal o tempo QUER DIZER o seguinte: usar o nosso tempo para fazer o que, tanto no trabalho como em casa, não nos é nem importante nem urgente, mas apenas algo que, ou sempre fizemos, pela força do hábito, ou, então, algo que nos foi solicitado e não tivemos coragem de dizer “NÃO”.

6. Alguém me disse, quando eu era criança, que a gente nunca deveria abandonar a leitura de um livro, por pior que ele fosse. Que bobagem! Mas até que descobri que isso era uma bobagem, desperdicei muito tempo terminando de ler coisa intragável e que de nada me serviu — por causa desse malfadado conselho! Por outro lado, uma vez me peguei dizendo a meus filhos que não poderia fazer algo com eles (não me lembro exatamente o quê) num domingo de manhã porque precisava ler os jornais. Naquela época eu lia, religiosamente, a Folha e o Estadão (principais jornais de São Paulo) aos domingos de manhã – e, no domingo, esses jornais são enormes! Lia por puro hábito. Achava que um professor tem de se manter informado. Mas quando disse que “precisava” ler os jornais me dei conta de que realmente não precisava lê-los. Perguntei-me o que de pior poderia me acontecer se eu não lesse os jornais… e NADA, foi a resposta que, honestamente, tive de dar. Se houver algo importante nos jornais provavelmente fico sabendo no noticiário da TV, ou na VEJA (revista semanal). Mas daí me perguntei: eu preciso ler a VEJA todas as semanas? Resposta: não. Existe algo que eu prefiro ler/fazer naquelas manhãs de domingo que ganhei? Claro, muitas coisas, como, por exemplo, sair com os filhos – PARA AS QUAIS EU ANTES NÃO TINHA TEMPO. Ganhei as horas dos jornais, ganhei as horas da VEJA, fui ganhando uma horinha aqui outra ali, para as coisas que eu realmente queria fazer há muito tempo e para as quais não encontrava tempo (isto é, achava que não tinha tempo)…

7. Outras vezes não é a força do hábito que nos atrapalha, mas nossa incapacidade de dizer “NÃO”. Recusar um pedido de alguém de quem você gosta, ou a quem admira, e que, portanto, não gostaria de desagradar, é uma das coisas mais difíceis da vida. (Estou pressupondo aqui que não se trata de seu chefe, que não pede, manda…). Mas nunca vamos conseguir administrar bem o nosso tempo, i.e., as nossas prioridades, se rotineiramente dermos aos outros (que não o nosso chefe no trabalho) o poder de determinar a nossa agenda. Admiro os que, mesmo diante de um pedido cativante de alguém a quem amam ou respeitam, são capazes de dizer: “Sinto muito, não posso. No momento estou dando atenção às minhas prioridades para o dia de hoje” – e as prioridades, no caso, podem até envolver ficar descansando, sem fazer nada, ou terminar de ler um romance cuja leitura nos é importante.

8. Administrar o tempo é ganhar autonomia sobre a sua vida, não é ficar escravo do relógio. Administrar o tempo uma batalha constante, que tem de ser ganha todo dia. Se você quer ter a autonomia de decidir passar mais tempo com a família, ou sem fazer nada, ou nas leituras há tempo postergadas, você tem de ganhar esse tempo deixando de fazer outras coisas que são menos importantes para você. Em última instância pode ser que você até tenha até de, eventualmente, arrumar outro emprego ou outra ocupação – ou reduzir suas horas de sono.

9. O tempo é distribuído entre as pessoas de forma bem mais democrática do que muitos dos outros recursos de que nós dependemos (como, por exemplo, a inteligência, a capacidade de trabalho, o dinheiro). A menos que se trate do último dia de nossas vidas, todos os dias cada um de nós recebe exatamente 24 horas: nem mais, nem menos. O rico não recebe mais horas no dia do que o pobre, o professor universitário recebe o mesmo número de horas que o apedeuta; o executivo e o operário recebem quantidades de tempo exatamente idênticas a cada dia. Entretanto, apesar desse igualitarismo (que, convenhamos, não existe em relação à inteligência, à capacidade de trabalho, ao dinheiro), uns conseguem realizar uma grande quantidade de coisas num dia e outros, ao final do mesmo dia, têm o sentimento de que o dia se esvaiu e não fizeram nada.

10. A diferença é que os primeiros percebem que o tempo, apesar de democraticamente distribuído, é um recurso altamente perecível. Uma hora perdida hoje (perdida no sentido de que não realizamos nela o que precisaríamos ou desejaríamos realizar) não é recuperada depois: é perdida para sempre. O mesmo vale, com muito maior razão, para um dia, uma semana, um mês, um ano. (Ou uma década: em economia fala-se frequentemente em “décadas perdidas”).

11. Há os que afirmam, hoje, que o recurso mais escasso na nossa sociedade não é dinheiro, não são matérias primas, não é energia, não é nem mesmo inteligência: é tempo. O tempo é o luxo do século XXI. Mas tempo se ganha, ou se faz, fundamentalmente de duas maneiras:

  • deixando de fazer (ou, então, se possível, delegando) as coisas que não são nem importantes nem urgentes;
  • concentrando as prioridades nas coisas que são importantes e/ou urgentes.

12. A questão da delegação aponta para o fato de que, apesar de o rico ter a mesma cota diária de tempo do que o pobre, ele tem uma enorme vantagem sobre o pobre: ele pode, mediante pagamento, contratar o tempo de terceiros. O assistente, a secretária, o motorista do carro ou o piloto do helicóptero, o mordomo, os empregados domésticos, todos eles são contratados (em geral para cuidar das urgências) a fim de que os que os contratam possam ter mais tempo para dedicar ao importante (importante, naturalmente, para eles). Mas mesmo os mais pobres delegam – como, por exemplo, quando a mãe manda a menina limpar a casa ou o pai manda o menino ir comprar alguma coisa que o pai precisa para fazer o seu trabalho.

13. Quem tem tempo não é quem não faz nada: é quem consegue administrar o tempo que tem de modo a poder fazer aquilo que precisa e que deseja fazer. Por outro lado, ser produtivo não é equivalente a estar ocupado. Há muitas pessoas que ficam ocupadas o dia inteiro exatamente porque são improdutivas – não sabem onde concentrar seus esforços e, por isso, ciscam aqui, ciscam ali, mas nunca produzem nada. Ser produtivo é, acima de tudo, saber administrar o tempo, ter sentido de direção, saber aonde se vai.

14. Administrar o tempo, em última instância, é planejar estrategicamente a vida. Para isso, precisamos, em primeiro lugar, saber aonde queremos chegar (definição de objetivos): onde quero estar, o que quero ser, daqui a 5, 10, 25, 50 anos? O segundo passo é começar a “estrategiar”: transformar objetivos em metas (com prazos e quantificações) e decidir, em linhas gerais, como as metas serão alcançadas. O terceiro passo é criar planos táticos: explorar as alternativas específicas disponíveis para chegar aonde queremos chegar, escolher fontes de financiamento (emprego, em geral, é fonte de financiamento), etc. Em quarto lugar, fazer o que tem de ser feito: agir. Durante todo o processo, precisamos estar constantemente avaliando os meios que estamos usando, para verificar se estão nos levando mais perto de onde vamos querer estar ao final do processo. Se não, troquemos de meios (procuremos outro emprego, por exemplo).

15. Mas tudo começa com uma verdade tão simples que parece uma platitude: se você não sabe aonde quer chegar, provavelmente nunca vai chegar lá – por mais tempo que tenha.

16. Quando o nosso tempo termina, acaba a nossa vida. Não há maneira de obter mais tempo. A morte é o fim absoluto do nosso tempo. Por isso, tempo é vida. Quem administra o tempo ganha vida, mesmo vivendo o mesmo tempo. Prolongar a duração de nossa vida não é algo sobre o qual tenhamos muito controle. Aumentar a nossa vida ganhando tempo dentro da duração que ela tem é algo, porém, que está ao alcance de todos. Basta um pouco de esforço e determinação.

17. Nossa morte pode chegar a qualquer hora, através de um acidente, um atentado, ou uma doença grave. Se nada disso acontecer, provavelmente viveremos mais de setenta ou mesmo de oitenta anos. Isso significa que, mesmo desconhecendo a hora de nossa morte, há um momento na vida, na maior parte dos casos antes de completarmos cinquenta anos (viver mais de cem anos é ainda exceção), em que teremos vivido mais anos do que ainda vamos viver. Mesmo reconhecendo que a definição desse momento é arbitrária e imprecisa, é importante defini-lo – e é importante redefinir nossas prioridades para a metade mais curta de nossa vida.

18. Eventos que colocam nossa vida em sério risco, como um infarto ou um acidente grave, em geral nos fazem agudamente conscientes da precariedade da nossa vida: num minuto estamos vivos, no seguinte, talvez não. Mas é o fato de que a vida é altamente precária que imprime valor a ela e torna extremamente importante administrar o tempo (no sentido aqui visto). Se fôssemos imortais, se nada que fizéssemos ou deixássemos de fazer pudesse causar ou apressar o fim de nossa vida, ela não teria tanto valor (porque, então, não viveríamos sob a égide do tempo, mas, sim, sob a égide da eternidade). É o fato de que algumas de nossas decisões podem encurtar nossa vida, apressar o seu fim, ou mesmo encerrá-la, que imprime valor às nossas decisões e que torna a definição e hierarquização de prioridades, que é a essência da administração do tempo, tão importante.

(*) Este artiguete é resumo, feito em 1998, de um livreto, Administração do Tempo, que escrevi em 1992. O texto do resumo vem sendo levemente revisado nos últimos doze anos e pouco. A última revisão foi feita hoje (e acrescentou os itens 17 e 18). De tudo o que escrevi este é o texto que mais repercussão teve. Já foi reimpresso dezenas de vezes em revistas, jornais e sites – e já fui chamado a dar uma dezena de entrevistas sobre o tema, até para revistas do porte de Você S/A.

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Em São Paulo, 3 de Março de 2011

A lista dos 24 vencedores do Oscar

Melhor filme
“O Discurso do Rei”

Melhor diretor
Tom Hooper (“O Discurso do Rei”)

Melhor Ator
Colin Firth (“O Discurso do Rei”)

Melhor atriz
Natalie Portman (“Cisne Negro”)

Melhor ator coadjuvante
Christian Bale (“O Vencedor”)

Melhor atriz coadjuvante
Melissa Leo (“O Vencedor”)

Melhor roteiro original
“O Discurso do Rei”

Melhor roteiro adaptado
“A Rede Social”

Melhor filme de animação
“Toy Story 3”

Melhor filme estrangeiro
“Em um Mundo Melhor” (Dinamarca)

Melhor fotografia
“A Origem”

Melhor edição
“A Rede Social”

Melhor direção de arte
“Alice no País das Maravilhas”

Melhor figurino
“Alice no País das Maravilhas”

Melhor maquiagem
“O Lobisomem”

Melhor trilha musical
“A Rede Social”

Melhor canção original
“We Belong Together” (“Toy Story 3”)

Melhor mixagem de som
“A Origem”

Melhor edição de som
“A Origem”

Melhores efeitos visuais
“A Origem”

Melhor documentário
“Trabalho Interno”

Melhor documentário de curta
“Strangers No More”

Melhor curta de animação
“The Lost Thing”

Melhor curta de ficção
“God of Love”

Em São Paulo, 28 de Fevereiro de 2011.

Homenagem ao Oscar: A arte de traduzir títulos de filmes

Já faz bem mais de cinco anos que, cada vez que chega o Oscar – e a festa será hoje à noite – crio dois arquivos (em Microsoft OneNote) com os nomes dos indicados ao prêmio nas várias categorias: um arquivo em Inglês, outro em Português. Vou anotando neles, à medida que os prêmios são anunciados, os ganhadores.

Frequentemente me causa estranheza a tradução para o Português (do Brasil) dos títulos originais de alguns filmes. (Digo “Português do Brasil” porque em Portugal os filmes muitas vezes têm títulos diferentes dos que foram adotados aqui, como se verá).

Vejamos os títulos dos dez indicados para melhor filme este ano – em Inglês e em Português (do Brasil), por ordem alfabética do título em Inglês (desprezado o artigo definido inicial):

Black Swan Cisne Negro
The Fighter O Vencedor
Inception A Origem
The Kids are All Right Minhas Mães e Meu Pai
The King’s Speech O Discurso do Rei
127 Hours 127 Horas
The Social Network A Rede Social
Toy Story 3 Toy Story 3
True Grit Bravura Indômita
Winter’s Bone Inverno da Alma

Black Swan é Cisne Negro. Tradução literal, sem problemas.

The Fighter, que seria literalmente traduzido como O Lutador, tornou-se O Vencedor. Não vi o filme, mas a troca de título na tradução já indica que, quaisquer que sejam os meandros da história, no fim o lutador sai vencedor.

Inception virou Origem. Origem corresponderia melhor a Origin, Inception sendo Início, Começo, Abertura, mas… ok.

The Kids are All Right virou Minhas Mães e Meu Pai. The Kids are All Right poderia ter sido traduzido como As Crianças Estão Bem, As Crianças Deram Certo. O título traduzido indica que o filme diz respeito a crianças que têm mais de uma mãe e só um pai – um filme que trata de um casal de lésbicas, portanto. As duas mulheres tem uma filha adolescente cada um, gerada por inseminação artificial a partir de esperma doado por um mesmo indivíduo. Logo, o pai das duas meninas é o mesmo. Assim, o título aqui no Brasil é preciso, mas revela mais sobre o filme do que o título original. Mas… ok.

O título dos três filmes seguintes tem tradução literal e Toy Story 3 não teve o título traduzido.

True Grit foi traduzido como Bravura Indômita. Grit é Coragem, Bravura. True é Verdadeira. Por que substituir Verdadeira por Indômita, um termo cujo sentido a maior parte das pessoas nem conhece? Outro dia ouvi alguém se referir ao filme em Português como Bravura Indolente… (Indômito seria Unconquerable, Undefeated, Unbeated). Mas… ok.

O último é o pior. Winter’s Bone virou O Inverno da Alma. Em Portugal o título se tornou “Despojos do Inverno”… Em Francês o título virou “Tout un Hiver sans Feu” (Um Inverno Inteiro sem Fogo). Literalmente a tradução deveria dar O Osso do Inverno em Português. Doido, não? É inegável que Winter’s Bone é um título enigmatico mesmo no original. O termo “Winter” (Inverno) deve ser interpretado literal ou metaforicamente? Sem ver o filme é difícil dizer. Não vi o filme, mas li a sinopse no IMDB (International Movie DataBase). Continua difícil dizer. Na sinopse o Inverno, como estação do ano, parece não ter papel nenhum na história. (Assim, torna-se difícil entender a tradução para o Francês, exceto em sentido mais metafórico ainda do que o título original).

Encaminhando para o encerramento, a tradução do título de alguns filmes de Elizabeth Taylor que comentei brevemente no Facebook de ontem.

A Place in the Sun – Um Lugar ao Sol (ok) (Um Lugar ao Sol, em Portugal)
Raintree County – A Árvore da Vida (???) (Não descobri o título em Portugal)
Giant – Assim Caminha a Humanidade (???) (O Gigante, em Portugal)
The Sandpiper – Adeus às Ilusões (???) (Adeus Ilusões, em Portugal)

Por fim, duas traduções – floridas, eu diria – para o Francês.

Thorn Birds – Pássaros Feridos, no Brasil (e, acredito, também em Portugal – embora não tenha certeza). Em Francês? Les Oiseaux se Cachent pour Mourir (Os Pássaros se Escondem para Morrer).

Dead Poets Society – A Sociedade dos Poetas Mortos, no Brasil (O Clube dos Poetas Mortos, em Portugal). Na França? Le Cercle des Poètes Disparus (O Círculo dos Poetas Desaparecidos). No Canadá Francês, La Société des Poètes Disparus (A Sociedade dos Poetas Desaparecidos).

Em São Paulo, 27 de Fevereiro de 2011 (Dia do Oscar)

Pode uma decisão judicial mudar o passado?

A Folha de S. Paulo de hoje (25/2/2011) publicada a íntegra de uma sentença judicial. Em reportagem de 2003 a Folha disse algo que um cidadão achou injurioso e ele processou a Folha por calúnia e difamação. A Folha ganhou em primeira instância, o autor recorreu e ganhou o caso em segunda instância. A Folha acabou condenada.

Além de multa e de publicação da sentença na íntegra, a Folha foi condenada a “por óbvio, . . . retirar da Internet cópia da reportagem que deu origem à discussão.”

Abaixo a íntegra da sentença.

Assunto análogo já foi discutido aqui neste blog, em pelo menos três vezes, a primeira delas em relação ao mesmo jornal, que se recusou, a pedido da interessada, a remover da Internet uma reportagem antiga que uma leitora considerava danosa a si própria. A Redação da Folha baseou sua negativa no argumento (plausível) de que remover da versão eletrônica do jornal aquilo que apareceu na versão impressa é reescrever e, por conseguinte, falsificar a história. 

Veja-se

O Memorioso e o Pensoso…
http://ec.spaces.live.com/blog/cns!511A711AD3EE09AA!3311.entry

O assunto teve prosseguimento em dois outros posts.

Ainda sobre o Memorioso…
http://ec.spaces.live.com/blog/cns!511A711AD3EE09AA!3317.entry

Sobre o direito de que se esqueça o que dissemos e fizemos

http://liberalspace.net/2010/04/05/sobre-o-direito-de-que-se-esqueca-o-que-dissemos-e-fizemos/ 

Naquele caso, não havia uma decisão judicial: apenas um pedido, dirigido à Redação do jornal, pela parte interessada. Ela não argumentava que a notícia era falsa. Admitia, na verdade, ter dito aquilo que a reportagem relatava. O que argumentava era que a matéria havia sido, mesmo quando aconteceu, de interesse restrito, quiçá pessoal, e que agora, anos depois, não tinha o menor mérito jornalístico ou histórico, embora a prejudicasse terrivelmente no plano pessoal. A Folha recusou-se a atender ao pedido.

Agora temos uma sentença judicial que manda a Folha remover da versão eletrônica, na Internet, a reportagem que suscitou a ação ora julgada em segunda instância.

Mesmo admitindo a diferença entre as duas matérias, não resta dúvida de que o jornal impresso publicou a matéria injuriosa e que a versão eletrônica, espera-se, é uma réplica fiel da versão impressa. O juiz não tem como mandar remover da versão impressa a matéria. Mas manda a Folha removê-la, “por óbvio”, da versão eletrônica.

Por óbvio??? Onde está a obviedade? Tem o judiciário o poder de reescrever a história?

Leia-se a íntegra da decisão judicial, publicada no site da Folha em dois lugares diferentes.

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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/880856-folha-publica-decisao-em-cumprimento-a-ordem-judicial.shtml 

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2502201101.htm

APELAÇÃO CÍVEL N. 508.742-5, DA 6ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA REGIÃO METRPOLITANA DE CURITIBA
APELANTE: JOÃO LUÍS VIEIRA TEIXEIRA
APELADOS: EMPRESA FOLHA DA MANHÃ S/A E OUTRA
RELATOR ORIGINÁRIO: DESEMBARGADOR MACEDO PACHECO
RELATORA CONVOCADA: JUÍZA SUBSTITUTA EM SEGUNDO GRAU DENISE KRÜGER PEREIRA
APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS -PUBLICAÇÃO DE REPORTAGEM ACUSATÓRIA EM JORNAL DE CIRCULAÇÃO NACIONAL -ATRIBUIÇÃO AO AUTOR DE PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADES ILEGAIS -JORNALISTA QUE NÃO LEVA EM CONSIDERAÇÃO AS INFORMAÇÕES A QUE TEVE ACESSO QUANDO DA ELABORAÇÃO DA REPORTAGEM – ABUSO DO DIREITO DE INFORMAR -DANOS MORAIS DEVIDOS -PUBLICAÇÃO DA DECISÃO NOS MESMOS MEIOS EM QUE EXPOSTAS AS ACUSAÇÕES -CABIMENTO – RECURSO PROVIDO.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível n. 508.742-5, da 6ª Vara Cível do Foro Central da Região Metropolitana de Curitiba, em que é apelante JOÃO LUÍS VIEIRA TEIXEIRA e apelados EMPRESA FOLHA DA MANHÃ S/A E OUTRA.

Em 29.01.2003, JOÃO LUÍS VIEIRA TEIXEIRA ajuizou ação de reparação de danos extrapatrimoniais (f. 02/28) em face de EMPRESA FOLHA DA MANHÃ S/A e CRISTINA AMORIM, oportunidade em que alegou, em síntese:

(a) que em 25.01.2003, em matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo, assinada pela segunda requerida, foi alvo de gravíssima reportagem acusatória;

(b) que na citada reportagem, intitulada “Advogado vende fóssil ilegal pela internet”, é acusado de ser contrabandista, estelionatário e criminoso ambiental, a ser investigado pela Polícia Federal e Interpol;

(c) que o conteúdo na reportagem não é verdadeiro;

(d) que tem como hobby colecionar peças exóticas;

(e) que comprou o fóssil de um revendedor americano pela internet, a pedido do Museu Georges Cuvier, situado em Cascavel;

(f) que constatada a veracidade do primeiro fóssil, resolveu importar outras três, das quais posteriormente anunciou à venda duas;

(g) que ganhou notoriedade depois do programa Fantástico preparar reportagem a respeito;

(h) que após aparecer em rede nacional, a repórter, segunda requerida, procurou-o para fazer uma reportagem sobre o assunto;

(i) que a matéria publicada não levou em consideração fatos que demonstram a legalidade de suas operações, de modo a se tornar inverídica e lhe causar diversos danos.

Em sede de contestação (f. 196/ 213), os requeridos se defenderam dos fatos alegados na petição inicial, alegando, em suma:

(i) preliminarmente, o desentranhamento dos documentos juntados em língua estrangeira e que a apreciação do feito deverá se pautar pelos dispositivos da Lei de Imprensa; e,

(ii) no mérito,

(a) a decadência do direito pleiteado;

(b) que os fatos narrados na reportagem são verídicos, nada havendo de calunioso, limitando-se a narrar que o requerente comercializa relíquias arqueológicas, principalmente ovos de dinossauros fossilizados de origem chinesa e que, conforme declarou a secretária da cultura da Embaixada da China no Brasil, este comércio seria ilegal;

(c) que para a elaboração do texto jornalístico foram ouvidos o Requerente, o Sr. Douglas Mesquita do Museu Georges Cuvier, a Secretária da Cultura da Embaixada da China, a Delegada da Polícia Federal Regiane Martinelli e o Sr. Stelleo Tolda, diretor da empresa responsável pelo site em que o autor vende seus produtos;

(d) que todas essas declarações foram reproduzidas na publicação;

(e) que a intenção da requerida foi exclusivamente de noticiar os fatos ocorridos, movida pelo animus narrandi;

(f) que acaso haja condenação, seu valor deve respeitar o limite disposto na Lei de Imprensa e

(g) que a sentença deve ser de improcedência.

Após a prática dos atos processuais necessários, o juízo singular proferiu sentença (f. 397/ 403), julgando improcedentes os pedidos deduzidos na petição inicial. Após, em vista do princípio da sucumbência, condenou o autor ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, fixados em R$ 2.000,00.

A fundamentação da sentença foi, de modo resumido, a seguinte:

(a) que não se infere no texto da reportagem a prática de ato ilícito -abuso do direito de narrar;

(b) que a notícia evidencia o comércio por parte dos Requerente de ovos fossilizados de dinossauro, o que é verídico;

(c) que no tocante à legalidade do negócio, a reportagem retratou informações da Embaixada da China no Brasil, assim como a Polícia Federal;

(d) que não se demonstram elementos suficientes para configurar ofensa à honra da Requerente, mas sim simples narrativa dos fatos, visando informar ao público.

Irresignado, o autor interpôs recurso de apelação (f. 399/ 407), oportunidade em que repete as linhas gerais da inicial, alegando, em resumo:

(a) que o periódico de circulação nacional imputou ao recorrente a prática de negócios ilegais, o desenvolvimento de comércio ilegal e a possibilidade de detenção por estelionato, contrabando e crime ambiental;

(b) que a própria Polícia Federal concluiu pela não ocorrência de crime, já que a compra se deu com o conhecimento e taxação da Receita Federal;

(c) que, como se demonstra pela degravação das fitas, o autor esclareceu à repórter que todos os produtos vendidos pelo autor são certificados e que são comprados em países em que é lícita a venda dessas peças;

(d) que a jornalista alterou a verdade dos fatos dolosamente ao redigir a reportagem;

(e) que ao contrário do esposado na sentença, o ocorrido não se trata de liberdade de imprensa, pois a matéria falseia a realidade, altera o conteúdo da entrevista e atribui ao autor fatos ilícitos.

À f. 451/461 a apelada apresentou resposta, na qual refuta os argumentos da apelação, pugnando pela manutenção da sentença, já que a reportagem publicada está dentro dos limites da atividade de imprensa, não sendo, de forma alguma, inexata ou inverídica.

Por fim, os autos vieram conclusos para apreciação e julgamento do mérito recursal.

É o relatório.

Passo ao voto e sua fundamentação.

Os requisitos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade recursal estão presentes, de modo que o apelo deve ser conhecido.

a) Dos danos morais.

Cinge-se a controvérsia recursal quanto aos limites outorgados à imprensa no que tange à sua liberdade de veicular informações e à maneira como o faz.

Em publicação de 25.01.2003, o Jornal Folha de São Paulo, na sessão Folha Ciência, em matéria intitulada “Advogado vende fóssil ilegal pela Internet -Paranaense negocia em site brasileiros ovos de dinossauro contrabandeados da China; PF investigará o caso”, verifica-se que o autor, JOÃO LUÍS TEIXEIRA, é imputado como negociante ilegal de fósseis de dinossauros.

Aponta a reportagem que o Apelante teria comprado os fósseis de um revendedor chinês, e que, uma vez no Brasil, os fósseis seriam revendidos pela internet.

Em seguida, são expostas informações obtidas pela Embaixada da China no Brasil sobre a ilegalidade da exportação de fósseis naquele país, bem como da Polícia Federal, sobre os crimes que o autor poderia vir a estar incorrendo.

Argumenta o Apelante que tal publicação jornalística ofende a sua honra, posto que atribui a ele a prática de atividade ilegal no país, advertindo os leitores sobre a possibilidade de sua detenção por estelionato, contrabando e crime ambiental.

De início, necessário se destacar que o direito de informação é um dos pilares do Estado Democrático de Direito; é garantia constitucionalmente prevista que possibilita a liberdade de manifestação do pensamento.

No entanto, sobre o tema, sabiamente pondera José Afonso da Silva:

“A liberdade de informação não é simplesmente a liberdade do dono da empresa jornalística ou do jornalista. A liberdade destes é reflexa no sentido de que ela só existe e se justifica na medida do direito dos indivíduos a uma informação correta e imparcial. A liberdade dominante é de ser informado, a de ter acesso às fontes de informação, a de obtê-la. O dono da empresa e o jornalista têm um direito fundamental de exercer sua atividade, sua missão, mas especial têm um dever. Reconhece-se-lhe o direito de informar ao público os acontecimentos e idéias, mas sobre ele incide o dever de informar à coletividade tais acontecimentos e idéias, objetivamente, sem alterar-lhes a verdade ou esvaziar-lhes o sentido original: do contrário, se terá não informação, mas deformação” (Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 1998, p. 250). Grifos nossos.

Desse modo, embora garantida a liberdade de manifestação do pensamento, não menos verdade que estabelecidos certos limites à sua divulgação, que deve estar contida na fidelidade ao fato e à fonte da informação.

E, nesse aspecto, vejo que peca a reportagem.

Como se vê no texto jornalístico publicado pelo jornal Folha de São Paulo, o autor é exposto por pelo menos três vezes como negociante ilegal de fósseis, sendo que seus produtos seriam contrabandeados da China. Por esta razão, atribui-se a ele a possibilidade de ser acusado por estelionato, contrabando ou por ferir crimes ambientais.

Ora, são essas acusações graves, que sem dúvida alguma mancham a reputação de qualquer cidadão, de modo que o cuidado sobre a veracidade e o relato fiel aos fatos descobertos é medida que se impõe, sob pena de, em assim não procedendo, estar-se violando a honra, a integridade e a moral do cidadão.

Com isso não se quer dizer que é vedada à mídia a publicação de reportagens de cunho investigativo, que levem à população em geral a informação sobre os podres que atingem a sociedade -função que, frise-se, é de maior importância à coletividade.

O que se exige, entretanto, é que tais reportagens se mostrem objetivas e representem relato fiel às informações que lhe deram origem, sem qualquer transformação de cunho manipulativo que altere a realidade.

Nos autos, verifica-se que ao redigir sua matéria, a repórter teve o cuidado de entrevistar diversas fontes: o autor, a secretária da Cultura da Embaixada da China, a delegada da Polícia Federal Regiane Martinelli, o responsável pelo endereço eletrônico em que o autor vendia suas mercadorias e o responsável pela autentificação dos fósseis.

Assim, inegável que as informações foram obtidas por meio de extensa pesquisa, em que se oportunizou, inclusive ao autor, o relato dos fatos.

Ocorre que ao se analisarem os dados aos quais a repórter teve acesso e o teor da publicação, nota-se um descompasso entre as informações recebidas e aquelas publicadas, o que, por evidente, não se admite.

Logo no começo da publicação, em seu sub-título, nota-se uma grave acusação: “Paranaense negocia em site brasileiro ovos de dinossauro contrabandeados da China”.

Em seguida, já no texto da reportagem, alega-se que o autor tem em mãos um negócio ilegal, e que segundo “Teixeira (o autor), os ovos foram comprados de um revendedor chinês chamado Michael Zheng…”

Ora, de início cumpre ressaltar que os ovos, conforme apontado reiteradamente pelo apelante e não impugnado pelos apelados, foram comprados via internet em um sítio norte-americano de um vendedor originário daquele país, não do vendedor chinês apontado.

Nesse aspecto, motivada pelo erro de aferição quanto à pessoa que vendeu ao autor seus fósseis, bem como o país em que tal transação se deu, utilizando-se de parecer da embaixada da China e da Polícia Federal, concluiu a repórter pela realização de atividade ilícita por parte do autor.

Todavia, ao assim considerar, atribuindo à atividade comercial do autor um caráter de ilegalidade, desconsiderou circunstâncias que não poderia ter deixado de lado.

De se destacar que por se tratar de produto enviado pelo correio, não se pode olvidar que a mercadoria passou pelo crivo da Receita Federal quando ingressou em Território Nacional. Inclusive, verifica-se que em certas ocasiões o autor foi tributado em suas compras, tendo recolhido os impostos, como se vê à f. 102/ 103.

E que não se argumente não ter tido a repórter acesso a tais informações ou que o apelante não tenha a informado sobre elas, posto que realizada uma entrevista entre a jornalista apelada e o autor, a qual restou devidamente gravada e foi reduzida a termo nos autos (f. 330/ 348), de modo que teve a apelada oportunidade de inquirir o autor sobre a origem e legalidade de suas mercadorias -pressupostos mínimos para uma matéria que investiga a realização de comércio ilegal de mercadorias.

Fato é que ao não efetuar tal inquirição, ou, ainda pior, ao omitir tais informações (o que não se pode verificar no presente caso, já que a gravação da entrevista é incompleta), está a jornalista apelada a, no mínimo, desrespeitar o dever de cuidado.

Ademais, entendo que a reportagem se mostrou absolutamente desproporcional ao tamanho da suposta ofensa -que, como se verá, de acordo com a Polícia Federal, sequer existiu.

No próprio diálogo gravado entre autor e apelada (f.330/ 348), expõe o primeiro, expressamente, que as eventuais comercializações que faz não têm caráter de atividade comercial, mas mero hobby (f. 331). Isso se evidencia pela escala não comercial de suas vendas, que, de acordo com a própria reportagem, era, até o momento, de quatro ovos e mais algumas relíquias paleontológicas.

Assim, pergunta-se: será que pela venda de tão pequena quantia de mercadorias, é correto afirmar-se que o autor tem um “negócio da China” em mãos? E, pior, que poderia ele ser condenado por estelionato, contrabando e crime contra leis ambientais?

Aliás, sobre essas acusações algumas considerações merecem ser feitas.

Em relação ao estelionato, a repórter faz a ressalva de que esta somente será cabível acaso os fósseis comercializados sejam falsos. Ora, conforme consta nos autos, há às f. 37 e 38/ 46, relatório realizado pelo Museu Georges Cuvier que aponta a sua autenticidade. Inclusive, verifico à f. 341/ 348 que a repórter entrevistou a pessoa que realizou tal exame de autenticidade, de modo que plenamente ciente dessa circunstância.

De igual modo, na última acusação -crime ambiental -, verifico que a própria reportagem diz que essa hipótese somente aconteceria caso os fósseis tivessem origem brasileira. Pergunto: qual a razão de tal afirmação, quando a própria reportagem expõe que os ovos fossilizados foram retirados de uma jazida chinesa?

Pelo exposto, resta clara a manipulação de informações por parte da repórter, que desconsidera informações às quais teve acesso, para o fim de tornar ainda mais forte as acusações contra o autor.

Por derradeiro, impende destacar que no dia seguinte à publicação da matéria citada, o autor, em prova de boa-fé, compareceu espontaneamente à Polícia Federal, onde descobriu, por intermédio da Delegada Ana Zelinda Buffara, que nenhuma investigação fora aberta contra ele (ao contrário do exposado na reportagem), aproveitando a oportunidade para lhe expor toda a situação que deu origem à presente discussão (como se infere à f. 74), recebendo, meses após, relatório da mesma delegada em que declarada a legalidade do comércio de fósseis que realizava (f. 77).

Desse modo, por faltar com a completa veracidade ao teor da publicação, por violação do dever de cuidado ao informar e por clara manipulação das informações obtidas de modo a tornar a reportagem claramente sensacionalista, entendo que é devida a indenização a título de danos morais ao autor, posto que o animus narrandi, imprescindível à boa reportagem, foi claramente ultrapassado, incorrendo as apelantes em abuso ao direito de informar.

Destaca-se que tendo sido a matéria publicada pelo jornal de maior tiragem do Brasil (Folha de São Paulo), notório o vasto alcance de suas reportagens, que não se limita apenas ao estado que lhe dá nome, mas também aos demais cantos do país.

Não suficiente, ainda há a versão eletrônica do jornal, que também contém a reportagem citada, e que apresenta um alcance imensurável, posto que facilmente acessível de qualquer lugar em pequenos instantes.

Portanto, fica claro que ao ser imputado como comerciante ilegal e contrabandista de fósseis estrangeiros que pode ser condenado por estelionato, contrabando e crime ambiental, sem que devidamente comprovada qualquer das alegações, em descompasso às informações efetivamente prestadas, resta indene de dúvidas o constrangimento sofrido pelo autor perante um sem número de pessoas.

Essa situação apenas se agrava quando se verifica que o apelante é advogado (donde se depreende ainda mais a importância de seu nome para que bem execute sua profissão), pai de família e que à época da notícia havia recém se casado.

Desse modo, verifica-se evidente afronta ao nome, à integridade e, sobretudo, à honra do autor, que pelo sofrido deve ser indenizado, nos termos do art. 186 e 927 do Código Civil, bem como do art. 49 da Lei de Imprensa (Lei 5.250/ 67).

b) Do Quantum

Antes que se alegue que o valor da indenização por danos morais derivada de publicação da imprensa estaria limitada ao valor fixado pela Lei 5.250/ 67, cito a seguinte passagem, de acórdão do Superior Tribunal de Justiça: “Em relação à alegação do recorrente de que o valor da indenização estaria limitado à tarifação fixada pela Lei de Imprensa, observa-se que o entendimento pacífico desta a. Corte de uniformização jurisprudencial é de que o cálculo da indenização por dano moral previsto na Lei n. 5.250/67 não foi recepcionada pela Constituição Federal ((REsp 783.139/ ES, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, QUARTA TURMA, julgado em 11/12/ 2007, DJ 18/02/ 2008 p. 33).

Com efeito, a Súmula 281, do mesmo Tribunal, assim apregoa: “A indenização por dano moral não está sujeita à tarifação prevista na Lei de Imprensa”.

Pois bem.

Diante da ausência de critérios legais preestabelecidos, cabe ao arbítrio do julgador, levando em consideração os precedentes jurisprudenciais, atender nessa fixação, circunstâncias relativas à posição social e econômica das partes, à intensidade do dolo ou o grau de culpa do agente, à repercussão social da ofensa e ao aspecto punitivo-retributivo da medida.

Cumpre salientar que por um lado a indenização pelo dano moral deve ser expressiva, de forma a compensar a vítima, e de outro que a indenização se converta em fator de desestímulo. Assim é que a aferição pelo julgador deve atentar ao caso concreto, para que seja a mais justa possível.

Nesse sentido, frisa a jurisprudência que a responsabilização por danos morais também possui um cunho preventivo e pedagógico, a fim de desestimular o ofensor em práticas semelhantes, não buscando de forma alguma enriquecer o pobre, muito menos miserabilizar o rico.

Por essas razões, atentando-se aos precedentes, pelo poderio econômico da empresa apelada, pelo sem número de pessoas que tiveram acesso à reportagem tanto pela mídia impressa quanto pela internet durante o longo tempo em que expostas, bem como em atenção ao caráter educativo de reprimenda judiciária, fixo a indenização a título de danos morais no valor de R$ 30.000,00.

Nos termos do art. 406 do Código Civil de 2002, sobre esse valor deverão incidir juros moratórios de 1% ao mês desde a ocorrência do evento danoso, nos termos da Súmula 54 do Superior Tribunal de Justiça: “Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual”.

Por sua vez, a correção monetária, a ser fixada na média entre INPC e IGP-DI, somente incidirá a partir da data do arbitramento dos danos morais, nos termos da Súmula 363/ STJ: “A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do arbitramento”.

c) Da Publicação da decisão judicial

Por fim, requer o apelante a divulgação do acórdão em sua íntegra e às expensas dos apelados, nos mesmos espaços onde se deram as ofensas, com os mesmos destaques da reportagem, inclusive com chamadas de capa, todos no mesmo tamanho e tipo de fonte, no dia da semana correspondente ao que foi veiculada a primeira reportagem.

Com efeito, assim expõe o art. 75 da Lei de Imprensa:

Art. 75. A publicação da sentença cível ou criminal, transitada em julgado, na íntegra, será decretada pela autoridade competente, a pedido da parte prejudicada, em jornal, periódico ou através de órgão de radiodifusão de real circulação ou expressão, às expensas da parte vencida ou condenada.

Parágrafo único. Aplica-se a disposição contida neste artigo em relação aos termos do ato judicial que tenha homologado a retratação do ofensor, sem prejuízo do disposto no º 2º, letras a e b, do art. 26.

Portanto, em havendo o pedido da parte prejudicada, perfeitamente possível a divulgação dessa decisão judicial nos mesmos locais em que publicadas as reportagens que se lhe mostraram ofensivas, após o trânsito em julgado da presente decisão.

Essa publicação deverá ser realizada no mesmo dia da semana e espaço -meio impresso (primeira página da Folha Ciência) e eletrônico -em que se deram as ofensas ao autor, com chamada de capa que alerte o leitor sobre a decisão.

Pela extensão do julgado e ciente da impossibilidade da diagramação de todo seu conteúdo acaso acolhida a forma de publicação pretendida pelo apelante, entendo descabida a pretensão de que a publicação da sentença seja realizada nos mesmos moldes da reportagem que deu origem a presente discussão (mesmos destaques, tamanho e tipo de fonte), de forma a ser suficiente, pois, sua publicação da forma como anteriormente narrada.

Por óbvio, deve-se retirar da internet cópia da reportagem que deu origem à discussão.

A publicação do teor da decisão judicial deverá ser realizada no prazo de 20 (vinte) dias após o recebimento dos autos na instância de origem para execução, sob pena de multa diária que fixo em R$ 500,00 (quinhentos reais), a partir do vigésimo dia após o trânsito em julgado.

d) Dos Honorários Advocatícios

Evidentemente, inverto a condenação dos honorários advocatícios realizados pelo juízo monocrático, para o fim de atribuir aos Requeridos o pagamento das custas processuais e das verbas honorárias, que fixo na forma do artigo 20, º 3º, em atenção ao grau de zelo do profissional, a importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e pelo tempo exigido para o seu serviço (ante o farto material probatório produzido), em 20% do valor da condenação.

Posto isso, voto no sentido de dar provimento ao recurso de apelação interposto, reformando o entendimento de primeiro grau, com base na fundamentação acima.

ACORDAM os Desembargadores integrantes da Oitava Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em dar provimento ao apelo, nos termos do voto da Relatora.

Presidiu o julgamento o Desembargador Carvilio da Silveira Filho, sem voto, e dele participaram os Desembargadores Guimarães da Costa e João Domingos Kuster Puppi.

Curitiba, 07 de maio de 2009.

Denise Krüger Pereira
Juíza Substituta em 2º Grau
Relatora Convocada

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Em São Paulo, 25 de Fevereiro de 2011.

Press Release de 15/3/2000 do Programa “Sua Escola a 2000 por Hora”

Fuçando na Internet achei uma relíquia… O Press Release, de 15/3/2000 (vai fazer onze anos), do Programa “Sua Escola a 2000 por Hora”, do Instituto Ayrton Senna, da Microsoft Brasil e da Gateway Brasil, criado em Junho de 1999.

Tive o privilégio de ser membro do Comitê Diretor inicial desse programa, e, depois da saída de Lea Fagundes e de Carlos Eduardo “Castor” de Oliveira, de ser seu único consultor, até Dezembro de 2006.

O programa continua até hoje, mas com nome diferente: Escola Conectada (http://www.educacaoetecnologia.org.br/escolaconectada/).

Transcrevo a seguir o Press Release, que anuncia o resultado do primeiro concurso, feito em 1999. O resultado foi anunciado em 15/3/2000.

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MICROSOFT > Releases

São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 2000

Instituto Ayrton Senna, Microsoft e Gateway anunciam vencedores do concurso “Sua Escola a 2000 por hora”

São Paulo, 15 de março de 2000

Mais de R$ 2 milhões foram investidos na premiação, que inclui 20 laboratórios de informática e acompanhamento pedagógico com grandes especialistas em educação.

A Microsoft Brasil, o Instituto Ayrton Senna e a Gateway anunciaram hoje os ganhadores da promoção “Sua Escola a 2000 por hora”, lançada em outubro do ano passado. Foram premiadas as 20 iniciativas mais criativas de uso da tecnologia relacionadas às novas formas de ensino e aprendizagem nas escolas de ensino médio e fundamental dos Estados de São Paulo, Ceará, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal.

“Hoje comemoramos uma vitória em nossa história. Estamos conseguindo transformar a realidade de muitos jovens que não teriam acesso às novas tecnologias que estão surgindo, estimulando também a participação da comunidade e o desenvolvimento do conceito de cidadania”, diz Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna.

Os 20 projetos escolhidos (veja texto em anexo) abordaram áreas como saúde, cultura, meio ambiente e desenvolvimento comunitário. Todos estão, de alguma maneira, relacionados à cidadania. Em Fortaleza (CE), por exemplo, há um projeto que informará a comunidade do bairro José Walter sobre o tema da auto-medicação. Em Mauriti, pequeno município cearense localizado na fronteira com Paraíba e Pernambuco – região extremamente afetada pelas secas -, haverá um programa para o desenvolvimento de pesquisas na área de irrigação, acompanhando e desenvolvendo trabalhos relacionados a
esse escopo no Brasil e no exterior.

Há dois trabalhos que incentivam a formação de uma rede para estudantes portadores de deficiência auditiva, um no Rio Grande do Sul e outro no Distrito Federal. No Ceará, o “GP da Cidadania” pretende colocar a escola como atrativo para que os responsáveis pelos alunos vislumbrem a possibilidade de transformação social, diminuindo a distância entre pais e filhos. Na cidade de Crato, no mesmo Estado, Outro projeto abordará – através de um site desenvolvido pelos alunos – problemas como saneamento básico, controle de natalidade, desemprego, baixos salários, entre outros.

Em Porto Alegre, o projeto “A informática informando, formando e transformando a educação” analisará temas como lixo seletivo, aditivos químicos em alimentos e seus efeitos colaterais, petróleo e carvão fabricando energia, entre outros. Em Nova Prata, também no Rio Grande do Sul, haverá uma séria de trabalhos mostrando a importância da água. Alguns estudos irão comparar o consumo na escola e residência de alunos, mapear os países que mais sofrem com a falta de água, localização de maiores mananciais, todos através de um site na Internet.

Semana de imersão em tecnologia educacional

Cada projeto está sendo aprimorado através da semana de imersão em tecnologia educacional. De 13 a 17 de março, os representantes das escolas estão envolvidos em cursos, visitas, palestras e debates focados em tecnologia e educação realizados em São Paulo.

Ministrado por uma equipe multidisciplinar que dá suporte no processo de implantação das iniciativas, o treinamento recebe orientação de renomados especialistas em educação no Brasil, para trabalhar em cima dos projetos, bem como para conhecer o que há de mais inovador nessa área. O professor Eduardo Chaves, por exemplo, possui PhD pela Universidade de Pittsburgh (EUA) e é professor titular de Filosofia da Educação da Unicamp. Já Lea Fagundes, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tem formação em pedagogia e psicologia.

As escolas receberão, cada uma, um laboratório de informática para o desenvolvimento de seus projetos. A aliança entre a Microsoft, o Instituto Ayrton Senna e a Gateway conta com investimentos de R$ 2 milhões no fornecimento de hardware, software, consultoria técnica, laboratórios de informática e apoio pedagógico. “O retorno foi fantástico. De todas os convites enviados às escolas participantes, tivemos um retorno de mais de 1.100 projetos”, afirma Luiz Sette, diretor de relações institucionais da Microsoft Brasil.

Para Paulo Alouche, diretor comercial da Gateway, o resultado confirma a expectativa de um forte interesse da área educacional em tecnologia. “Há dois anos desenvolvemos projetos, produtos e tecnologia própria para educação. Hoje já atingimos mais de dois milhões de alunos no ensino fundamental, muitas universidades e projetos especiais para alunos carentes (como os da USP). A cada experiência aprendemos muito e nos tornamos ainda mais capacitados para contribuir com o nível de educação no Brasil”.

Site ganha novo design

Além da premiação das escolas, as instituições estarão fazendo o lançamento oficial do novo site do concurso. Clicando em http://www.escola2000.org.br [EC: Esse link não funciona mais], o internauta poderá conferir as principais novidades, viabilizando um espaço para troca de informações. “Para isso estamos deixando o site com uma cara nova, muito mais interativo: serão inseridos links para as páginas dos projetos vencedores, livro de visitas, acompanhamento dos projetos que estarão sendo desenvolvidos, entre outras  novidades”, diz Adriana Martinelli, coordenadora do concurso “Sua Escola a 2000 por hora”.

Mesmo com a interface anterior, o site já vinha tendo uma boa audiência. Foram mais de 111 mil hits durante o último mês. Cada hit equivale ao número de vezes em que a página foi acessada. “Foi o mesmo número de acessos que tivemos em nosso portal de games”, afirma Larissa Griska, editora de Web da Microsoft Brasil, fazendo alusão ao portal vertical Game Zone.

Instituto Ayrton Senna

Desde que foi fundado em 1994, o Instituto Ayrton Senna está apoiando projetos que atendem a mais de 180 mil crianças e adolescentes brasileiros em situação de risco pessoal e social. São programas que vão desde nutrição e saúde infantil até educação, profissionalização, esportes e cultura. Tudo isso para dar às crianças e adolescentes uma oportunidade e um começo. Idealizado a partir dos sonhos e ideais de Ayrton Senna e sua paixão por seu país, o Instituto é uma organização sem fins lucrativos, mantida por 100% dos royalties de todos os contratos de imagem do Ayrton, a marca Senna e do personagem Senninha, doados integralmente por sua família.

Microsoft Brasil

A subsidiária brasileira da Microsoft foi inaugurada em setembro de 1989 e ocupa a nona posição entre as 60 filiais da empresa, com faturamento de US$ 313,5 milhões no ano fiscal encerrado em 30 de junho de 1999. Dirigida por Mauro Muratório Not, a icrosoft Brasil possui uma equipe com cerca de 200 profissionais, voltados para o atendimento das necessidades do mercado brasileiro nas áreas de marketing, vendas, distribuição, suporte técnico e consultoria. Além de um escritório central, em São Paulo, a companhia possui filiais no Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre.

Gateway

Microcomputadores e alta tecnologia não são ferramentas apenas para proporcionar negócios entre empresas. Desde o início da indústria de computadores, essas ferramentas também foram direcionadas para educação e a gestão de projetos sociais, causando enormes impactos positivos. A Gateway, segunda maior empresa mundial em vendas diretas, sente-se honrada em participar de um projeto voltado ao desenvolvimento da educação no Brasil. Como em outros países, a Gateway pretende participar ativamente do desenvolvimento tecnológico e social no país.

Lista de Vencedores do prêmio Sua Escola a 2000 por hora

CEARÁ

Centro de Educação de Jovens e Adultos José Walter
Diretor: Manoel Batista dos Santos – Tel: 0XX85 – 291-1019
Cidade: Fortaleza
Título: Saúde Solidária
Projeto: Criação de meios de comunicação, tais como boletins informativos, jornal virtual, sites, cursos e oficinas que informem a comunidade do bairro José Walter sobre saúde e medicamentos. Usarão a informática para coleta de dados da situação da comunidade tendo como foco o problema da auto-medicação e colocando todo o tipo de informações que obtiverem em rede, aproximando pessoas, encontrando e discutindo problemas semelhantes.

Escola de Ensino Básico André Cartaxo
Diretora: Maria Socorro de Oliveira Montenegro – Tel: 0XX88 – 552-1454
Cidade: Mauriti
Título: Educar prá irrigação que a terra tem vocação
Projeto: Visa desenvolver atividades de pesquisa e estudo sobre a seca e as diferentes maneiras de irrigação no Brasil e no mundo. Busca trabalhar com os filhos de agricultores locais (alunos da escola) que sofrem diretamente os efeitos da falta de água.

Escola de Ensino Fundamental e Médio Arquiteto Rogério Fróes
Diretora: Francisca Nunes e Silva – Tel: 0XX85 – 249-2850
Cidade: Fortaleza
Título: GP da Cidadania
Projeto: Colocar a escola como atrativo para que os pais e responsáveis
pelos alunos vislumbrem a possibilidade da transformação social, diminuindo a distância entre pais e filhos. Pretende também criar uma visão crítica dos meios de comunicação, para medir o impacto desses veículos no ambiente familiar e nas condições de aprendizagem do educando.

Escola de Ensino Fundamental e Médio Estado da Bahia
Diretora: Acilana Alencar Leal – Tel: 0XX88 – 521-1829
Cidade: Crato
Título: Educação e Cidadania – Juntas na Construção de uma Sociedade Mais Justa
Projeto: Trata-se de um trabalho de conscientização e engajamento com relação aos problemas que assolam a comunidade (saneamento básico e moradia precários, controle de natalidade, falta de trabalho, salário baixo e inexistência de sentimentos de respeito pelo outro). Através das atividades desenvolvidas pela comunidade escolar (leitura e construção de textos disponíveis em sites, criação de relatórios e informativos, intercâmbio entre estados) pretende-se convencer a comunidade de que se pode transformar a sociedade em que vivem.

Escola de Ensino Fundamental e Médio Raimundo Nogueira
Diretora: Francisca Célia da Silva Barbosa – Tel: 0XX85 – 336-1562
Cidade: Horizonte
Título: O Ceará na Rede
Projeto: Visa criar a oportunidade para que alunos da Escola Pública se integrem e vivenciem as novas tendências educacionais. Os alunos farão um estudo físico, econômico, social e cultural do estado do Ceará comparado com outras regiões do país e do mundo (via Internet e através de viagens pelo estado do Ceará), registrando fotos, filmagens e divulgando seu trabalho.

SÃO PAULO

Escola Estadual Dona Cyrene de Oliveira Laet
Diretora: Romilda Kalil – Tel: 6241-2435
Cidade: São Paulo
Título: As faces da Beleza entre Diferentes Culturas
Projeto: Trabalhar a auto-estima tendo o “belo” e suas diferentes manifestações nas diferentes culturas, como tema gerador.

Escola Estadual José Lins do Rego
Diretora: Marcia Luchesi de Mello Souza – Tel: 0XX11 – 5514-0115
Cidade: São Paulo
Título: Muito Barulho Mas Não Por Nada: O Resgate da Obra de William Shakespeare e sua Relação com o Brasil de Hoje.
Projeto: Visa, a cada bimestre, analisar uma obra de Shakespeare, com estudos e pesquisa sobre a vida do artista na Internet e produção de textos e obra de teatro.

Escola Estadual Odete Maria de Freitas
Diretora: Leonor Maria de Oliveira – Tel: 0XX11 – 7962-4710
Cidade: Embu
Título: As Caras da Adolescência
Projeto: Desenvolvimento de uma página na Internet com divisão de função entre os alunos (pesquisador, técnico de arte, redator, etc…) abordando temas tais como: sexualidade, direitos humanos, cultura, saúde e estudos científicos.

Escola Estadual Prof. Pery Guarany Blackman
Diretora: Maria Bernardete de Castro Lima – Tel: 0XX11 – 7823-1409
Cidade: Itu
Título: Pery e Senna Shopping
Projeto: Criação de um “supermercado pedagógico”, onde cada disciplina abordará um tema relacionado ao sistema capitalista de consumo (produção,
mercado de trabalho, importação, exportação, Mercosul, compra e venda, contexto histórico de alguns produtos, meio ambiente)

Escola Estadual Profa. Alzira Salomão
Diretora: Yurene Aparecida Prates Inoue – Tel: 0XX17 – 261-2133
Cidade: Nova Granada
Título: Escola e Informática do Sonho à Realidade
Projeto: Produção de um jornal, transformando a sala de informática em uma sala de imprensa.

RIO DE JANEIRO

Colégio Estadual Dom Otaviano de Albuquerque
Diretora: Zenilda Auxiliadora Assad – Tel: 0XX24 – 733-3797
Cidade: Campos
Título: Brasil são outros 500…
Projeto: Ensino da história do Brasil a partir do resgate do “eu” (dos alunos), no município, no Brasil e no mundo.

CES Madureira
Diretora: Marcia Monteiro de Araújo – Tel: 0XX21 – 351-6022
Cidade: Rio de Janeiro
Título: 50 Anos de Brasil na Música Popular em Revista Interativa
Projeto: Construir uma Revista Eletrônica (que permite inserir som, imagem, vídeo) que terá como conteúdo os 50 anos mais recentes da história do Brasil, estudados a partir das músicas, jingles, marchinhas carnavalescas e discursos políticos famosos das diferentes épocas da história.

Escola Estadual de Ensino Supletivo Embaixador Dias Carneiro
Diretora: Maria Ricardina Gonçalves Montedo – Tel: 0XX21 – 392-6960
Cidade: Rio de Janeiro
Título: Rede de Doações
Projeto: Se propõe a pesquisar ONGs locais para verificar necessidades, conhecer o trabalho e então construir um site com todas as informações dessas entidades, para facilitar o processo de doações. Este site e toda a estratégia desenvolvida será um modelo para que outras escolas repitam a idéia facilitando o processo de doações para um maior número de entidades.

Escola Municipal Francisco Paes de Carvalho Filho
Diretora: Maranei Pereira Soares – Tel: 0XX24 – 620-3047
Cidade: São Pedro D´Aldeia
Título: Pesque Essa Idéia
Projeto: Valorização e conscientização da pesca artesanal, através da construção de sites, estudos e comparações da pesca de São Pedro da Aldeia com outras regiões pesqueiras no mundo.

RIO GRANDE DO SUL

Colégio de Aplicação – UFRGS
Diretor: Jorge Luiz Day Barreto – Tel: 0XX51 – 316-6980
Cidade: Porto Alegre
Título: Projeto Amora 2000
Projeto: Pretendem constituir um campo de investigação pedagógica para a produção de conhecimentos e metodologias. Por meio de mudanças nas práticas curriculares que incorporem Tecnologias de Informação e Comunicação, buscam o desenvolvimento da autonomia, cooperação e criticidade no aluno através do amplo acesso à informação e da construção do conhecimento.

Escola Estadual de 1º e 2º Grau Prof. Elmano Lauffer
Diretor: João Celeste – Tel: 0XX51 – 344-4666
Cidade: Porto Alegre
Título: A Informática Informando, Formando e Transformando a Educação
Projeto: Realização de pequenos projetos de visitas e análise das informações sobre temas específicos: Lixo Seletivo; Aditivos Químicos em Alimentos e Efeitos Colaterais; Petróleo e Carvão Fabricando Energia; A Língua Portuguesa e a Comunicação; Literatura e História, Sexualidade e DST; Meio Ambiente; A Nova Ordem Mundial de Globalização e os Reflexos Regionais.

Escola Estadual de 1º Grau Onze de Agosto
Diretora: Maria de Fátima Bavaresco – Tel: 0XX54 – 242-1437
Cidade: Nova Prata
Título: A Escola de Olho N’Água
Projeto: Visa destacar aos alunos a importância da água como recurso para todos. Buscará comparar o consumo de água na escola e residência dos alunos e estudar as diferentes maneiras de racionalizar o consumo de água na cidade; trabalhar com a despoluição do Rio Retiro; mapear países que mais sofrem com a falta de água; localização dos maiores mananciais de água no mundo, no país, nos estados e no município; palestras; visitas; elaboração de textos; criação de página na Internet.

Escola Municipal Octávio Lázaro
Diretora: Norma Regina Cairuga – Tel: 0XX51 – 658-1799
Cidade: Charqueadas
Título: DeafNet – Surdez em Rede
Projeto: Criação de uma rede de escolas e de turmas para estudantes portadores de deficiência auditiva, através do computador no Rio Grande do Sul.

DISTRITO FEDERAL

Centro de Ensino 07 de Ceilândia
Contato: Eunice Viana dos Santos – Tel: 0XX61 – 371-3433
Cidade: Ceilândia
Título: CE 07 se liga a 2000 por hora!
Projeto: Direcionar os recursos da informática ao atendimento da questão da surdez, aliado à capacitação profissional e ao envolvimento da comunidade escolar.

Centro de Ensino de 1 Grau 06 de Sobradinho
Diretor: Ronildo Ramos da Silva – Tel: 0XX61 – 591 – 1362
Cidade: Sobradinho
Título: Informática Ativa – Construindo o Conhecimento
Projeto: Usar a informática como instrumento para o estudo das regiões brasileiras. A idéia é resgatar as raízes culturais das diferentes regiões que formam o país, representadas nas comunidades do Distrito Federal.

Imagem do evento disponível no endereço: http://www.s2.com.br/clientes/microsoft/images/escola.jpg
[EC: Esse link não funciona mais]

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Atendimento Microsoft: (11) 822-5764
Para qualquer informação à imprensa contate:

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Katia Mourilhe, email: katiam@microsoft.com

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José Luiz Schiavoni (MTb 14.119) – email: joseluiz@s2.com.br
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Tel/Fax: (11) 253-1930

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Em São Paulo, 23 de Fevereiro de 2011.

A UNICAMP inova na seleção de alunos de escolas públicas

Transcrevo. Vale a pena ler.

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http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2102201104.htm

MELCHIADES FILHO

Cota merecida

BRASÍLIA – No momento em que o debate sobre o sistema de cotas patina no Congresso, a Universidade de Campinas prepara um salto nos projetos de ação afirmativa: a introdução firme da meritocracia como critério de concessão de benefícios.

Começam no mês que vem as aulas da primeira turma do ProFis, programa que destina 120 vagas para estudantes do sistema público do município paulista. O critério de escolha é a nota no Enem. O melhor aluno de cada escola pública da cidade tem matrícula garantida. Simples. Nada de vestibular, análise curricular, avaliação de patrimônio etc. Se o primeiro colocado numa escola abrir mão, a chance é passada ao segundo -e assim por diante.

Os inscritos terão dois anos de aulas nas áreas de humanas, exatas e biológicas, além de cursos de informática e inglês. Serão 1.600 horas em classe. Quem enfrentar dificuldades terá a ajuda de monitores.

Trata-se de um colchão multidisciplinar para capacitar esses egressos do sistema público para a etapa seguinte do ProFis: a matrícula instantânea em qualquer um dos cursos regulares da Unicamp, de acordo com a preferência do aluno.

O projeto não tira o lugar de ninguém. Serão criadas vagas adicionais para acolher os que terminarem o primeiro ciclo e quiserem/puderem continuar os estudos.

Para estimular que o escolhido cumpra os dois primeiros anos, o ProFis distribuirá vale-transporte, auxílio-alimentação e uma bolsa pouco acima do salário mínimo.

A ideia nasceu de um diagnóstico inquietante. Nos vestibulares de 2008 e 2009, 70% das escolas públicas de Campinas não conseguiram colocar nem um aluno sequer na maior universidade local.

Hoje, mais de 70% das universidades federais e estaduais públicas do país já oferecem algum programa de inclusão. A ação afirmativa é realidade. O desafio é aprimorá-la -e, de preferência, associá-la ao ensino médio público. A iniciativa da Unicamp mostra um caminho.

melchiades.filho@grupofolha.com.br

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Em São Paulo, 21 de Fevereiro de 2011

O mercado livreiro brasileiro que se cuide…

Quando eu digo que o mercado livreiro se cuide, não é sem razão… A querida Borders, minha livraria favorita, a empresa livreira que lançou a moda das megabooksotores, em 1971, pediu concordata e fechou, de uma sentada, nada menos do que 200 lojas nos Estados Unidos.

E a Barnes & Noble, que seguiu a moda e abriu megastores pelos Estados Unidos, também já fechou várias lojas em 2010, tentando postergar igual destino.

“Analistas do setor projetam redução de 50% em livrarias “físicas” em cinco anos e 90% em dez anos”, diz a matéria da Folha de S. Paulo de hoje (17/02/2011), transcrita abaixo.

Eu sinto… Sinto muito, mesmo, porque estar na Borders era muito mais do que visitar uma livraria. Era participar de uma experiência, que envolvia a leitura, mas não se limitava a ela. O mercado brasileiro tem um gosto dessa experiência nas Megalivrarias da Saraiva e da Cultura. Mas elas ainda têm muito a desenvolver para chegar ao nível de conforto e conviviabilidade da Borders.

Minha filha Andrea, que mora nos Estados Unidos, perto de uma Borders, tem um acordo com o marido. Duas vezes por mês o marido fica em casa numa sexta-feira e ela sai para fruir o seu dia de liberdade. Destino? Borders. Entra lá às 10h e, por vezes, sai de lá às 22h. Almoça lá. A loja tem uma coffee shop bastante decente e serve Starbucks Coffee. Tem poltronas e puffs confortáveis espalhados pela loja. Tem espaço para crianças pequenas, crianças maiores, adolescentes e jovens. Tem setor de cds e dvds. Tem setor de jornais e revistas onde você pode ler o que quiser como gentileza da casa. As revistas não são protegidas por embalagens de plástico. Tem wi-fi gratuita.

What else can one ask for?

(Um queijinho mineiro meia-cura e uma garrafa de bom vinho tinto são as únicas coisas que  me ocorrem… Lá nos EUA dificilmente vão servir isso. Aqui no Brasil a coffee shop da Livraria Cultura já serve vinho. Falta o queijinho mineiro meia-cura.)

Por tudo isso, lamento o fato de que a Borders está em concordata. Espero que saia da concordata e consiga se reinventar para a alegria e o enriquecimento cultural e vivencial de nós todos – em especial da próxima geração, a geração dos meus netos e das minhas filhas “de resposição” – não é isso que “step daughter” significa?

Vejam a matéria da Folha, transcrita a seguir.

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http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me1702201112.htm

Folha de S. Paulo
17 de Fevereiro de 2011

FOCO

Livraria americana Borders pede concordata nos EUA

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

A cadeia de livrarias Borders entrou ontem com pedido de concordata nos EUA e anunciou fechamento de cerca de 200 lojas, reforçando temores sobre o futuro do setor no país.

A ação, considerada a maior falência do ramo dos livros, vem sendo creditada, além de às más decisões de negócios, à competição com lojas virtuais como a Amazon.com e a demora a entrar no ramo dos e-books.

A empresa informou ter dívidas no valor de US$ 1,29 bilhão (R$ 2,16 bilhões) e bens estimados em US$ 1,27 bilhão (R$ 2,12 bilhões).

As vendas caíram mais de 12% no terceiro trimestre do ano passado.

Financiamento de US$ 505 milhões (R$ 844 milhões) da GE Capital permitirá que siga operando enquanto se reestrutura sob o capítulo 11 da lei de falências americana.

HISTÓRIA

A Borders começou em 1971 como um sebo em Ann Arbor (Michigan). Opera mais de 650 lojas, das quais 500 são no formato superstore, e tem 19 mil funcionários.

Por anos, a companhia manteve mentalidade expansiva, com acúmulo de lojas próximas umas das outras e dos concorrentes.

Os problemas não são exclusivos da Borders, mas se espalham pelo setor.

Sua principal concorrente, a cadeia Barnes & Noble, foi colocada à venda e anunciou fechamento de algumas lojas em 2010.

As independentes também lutam para sobreviver. Na semana passada, uma das mais conhecidas, a Powell’s Books (de Portland), demitiu 31 funcionários.

Analistas do setor projetam redução de 50% em livrarias “físicas” em cinco anos e 90% em dez anos.

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Em São Paulo, 17 de Fevereiro de 2011.

Indicados do Oscar 2011 – versão LEGO

Transcrevo a partir do link a seguir:

http://olhardigital.uol.com.br/jovem/digital_news/noticias/indicados_do_oscar_2011_em_lego

Artista recria com LEGO algumas cenas dos indicados a melhor filme do Oscar 2011. O resultado você confere abaixo

28 de Janeiro de 2011 | 16:59h

Fã de cinema, o artista Alex Eylar recriou algumas cenas famosas dos indicados a melhor filme do Oscar 2011 com bonequinhos de LEGO. O site Forever Geek publicou as fotos e, apesar de no Brasil alguns filmes ainda não terem chegado nos cinemas, abaixo você confere os títulos e as fotos das recriações de cada um deles.


The Social Network (A Rede Social)


The King’s Speech (O Discurso do Rei)


The Kids Are Right (Minhas Mães e Meu Pai)


True Grit (Bravura Indômita)


127 Hours (127 Horas)


Toy Story 3


Inception (A Origem)


Winter’s Bone (Inverno da Alma)


Black Swan (Cisne Negro)


The Fighter (O Vencedor)

Em São Paulo, 14 de Fevereiro de 2011.

Os Indicados ao Oscar (em Inglês)

Transcrevo as categorias e os indicados no original em Inglês, transcritos do site do Oscars.

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[http://www.oscars.org/awards/academyawards/83/nominees.html]

Actor in a Leading Role
  • Javier Bardem in “Biutiful”
  • Jeff Bridges in “True Grit”
  • Jesse Eisenberg in “The Social Network”
  • Colin Firth in “The King’s Speech”
  • James Franco in “127 Hours”
Actor in a Supporting Role
  • Christian Bale in “The Fighter”
  • John Hawkes in “Winter’s Bone”
  • Jeremy Renner in “The Town”
  • Mark Ruffalo in “The Kids Are All Right”
  • Geoffrey Rush in “The King’s Speech”
Actress in a Leading Role
  • Annette Bening in “The Kids Are All Right”
  • Nicole Kidman in “Rabbit Hole”
  • Jennifer Lawrence in “Winter’s Bone”
  • Natalie Portman in “Black Swan”
  • Michelle Williams in “Blue Valentine”
Actress in a Supporting Role
  • Amy Adams in “The Fighter”
  • Helena Bonham Carter in “The King’s Speech”
  • Melissa Leo in “The Fighter”
  • Hailee Steinfeld in “True Grit”
  • Jacki Weaver in “Animal Kingdom”
Animated Feature Film
  • “How to Train Your Dragon” Chris Sanders and Dean DeBlois
  • “The Illusionist” Sylvain Chomet
  • “Toy Story 3” Lee Unkrich
Art Direction
  • “Alice in Wonderland”
    Production Design: Robert Stromberg; Set Decoration: Karen O’Hara
  • “Harry Potter and the Deathly Hallows Part 1”
    Production Design: Stuart Craig; Set Decoration: Stephenie McMillan
  • “Inception”
    Production Design: Guy Hendrix Dyas; Set Decoration: Larry Dias and Doug Mowat
  • “The King’s Speech”
    Production Design: Eve Stewart; Set Decoration: Judy Farr
  • “True Grit”
    Production Design: Jess Gonchor; Set Decoration: Nancy Haigh
Cinematography
  • “Black Swan” Matthew Libatique
  • “Inception” Wally Pfister
  • “The King’s Speech” Danny Cohen
  • “The Social Network” Jeff Cronenweth
  • “True Grit” Roger Deakins
Costume Design
  • “Alice in Wonderland” Colleen Atwood
  • “I Am Love” Antonella Cannarozzi
  • “The King’s Speech” Jenny Beavan
  • “The Tempest” Sandy Powell
  • “True Grit” Mary Zophres
Directing
  • “Black Swan” Darren Aronofsky
  • “The Fighter” David O. Russell
  • “The King’s Speech” Tom Hooper
  • “The Social Network” David Fincher
  • “True Grit” Joel Coen and Ethan Coen
Documentary (Feature)
  • “Exit through the Gift Shop” Banksy and Jaimie D’Cruz
  • “Gasland” Josh Fox and Trish Adlesic
  • “Inside Job” Charles Ferguson and Audrey Marrs
  • “Restrepo” Tim Hetherington and Sebastian Junger
  • “Waste Land” Lucy Walker and Angus Aynsley
Documentary (Short Subject)
  • “Killing in the Name” Jed Rothstein
  • “Poster Girl” Sara Nesson and Mitchell W. Block
  • “Strangers No More” Karen Goodman and Kirk Simon
  • “Sun Come Up” Jennifer Redfearn and Tim Metzger
  • “The Warriors of Qiugang” Ruby Yang and Thomas Lennon
Film Editing
  • “Black Swan” Andrew Weisblum
  • “The Fighter” Pamela Martin
  • “The King’s Speech” Tariq Anwar
  • “127 Hours” Jon Harris
  • “The Social Network” Angus Wall and Kirk Baxter
Foreign Language Film
  • “Biutiful” Mexico
  • “Dogtooth” Greece
  • “In a Better World” Denmark
  • “Incendies” Canada
  • “Outside the Law (Hors-la-loi)” Algeria
Makeup
  • “Barney’s Version” Adrien Morot
  • “The Way Back” Edouard F. Henriques, Gregory Funk and Yolanda Toussieng
  • “The Wolfman” Rick Baker and Dave Elsey
Music (Original Score)
  • “How to Train Your Dragon” John Powell
  • “Inception” Hans Zimmer
  • “The King’s Speech” Alexandre Desplat
  • “127 Hours” A.R. Rahman
  • “The Social Network” Trent Reznor and Atticus Ross
Music (Original Song)
  • “Coming Home” from “Country Strong” Music and Lyric by Tom Douglas, Troy Verges and Hillary Lindsey
  • “I See the Light” from “Tangled” Music by Alan Menken Lyric by Glenn Slater
  • “If I Rise” from “127 Hours” Music by A.R. Rahman Lyric by Dido and Rollo Armstrong
  • “We Belong Together” from “Toy Story 3″ Music and Lyric by Randy Newman
Best Picture
  • “Black Swan” Mike Medavoy, Brian Oliver and Scott Franklin, Producers
  • “The Fighter” David Hoberman, Todd Lieberman and Mark Wahlberg, Producers
  • “Inception” Emma Thomas and Christopher Nolan, Producers
  • “The Kids Are All Right” Gary Gilbert, Jeffrey Levy-Hinte and Celine Rattray, Producers
  • “The King’s Speech” Iain Canning, Emile Sherman and Gareth Unwin, Producers
  • “127 Hours” Christian Colson, Danny Boyle and John Smithson, Producers
  • “The Social Network” Scott Rudin, Dana Brunetti, Michael De Luca and Ceán Chaffin, Producers
  • “Toy Story 3” Darla K. Anderson, Producer
  • “True Grit” Scott Rudin, Ethan Coen and Joel Coen, Producers
  • “Winter’s Bone” Anne Rosellini and Alix Madigan-Yorkin, Producers
Short Film (Animated)
  • “Day & Night” Teddy Newton
  • “The Gruffalo” Jakob Schuh and Max Lang
  • “Let’s Pollute” Geefwee Boedoe
  • “The Lost Thing” Shaun Tan and Andrew Ruhemann
  • “Madagascar, carnet de voyage (Madagascar, a Journey Diary)” Bastien Dubois
Short Film (Live Action)
  • “The Confession” Tanel Toom
  • “The Crush” Michael Creagh
  • “God of Love” Luke Matheny
  • “Na Wewe” Ivan Goldschmidt
  • “Wish 143” Ian Barnes and Samantha Waite
Sound Editing
  • “Inception” Richard King
  • “Toy Story 3” Tom Myers and Michael Silvers
  • “Tron: Legacy” Gwendolyn Yates Whittle and Addison Teague
  • “True Grit” Skip Lievsay and Craig Berkey
  • “Unstoppable” Mark P. Stoeckinger
Sound Mixing
  • “Inception” Lora Hirschberg, Gary A. Rizzo and Ed Novick
  • “The King’s Speech” Paul Hamblin, Martin Jensen and John Midgley
  • “Salt” Jeffrey J. Haboush, Greg P. Russell, Scott Millan and William Sarokin
  • “The Social Network” Ren Klyce, David Parker, Michael Semanick and Mark Weingarten
  • “True Grit” Skip Lievsay, Craig Berkey, Greg Orloff and Peter F. Kurland
Visual Effects
  • “Alice in Wonderland” Ken Ralston, David Schaub, Carey Villegas and Sean Phillips
  • “Harry Potter and the Deathly Hallows Part 1” Tim Burke, John Richardson, Christian Manz and Nicolas Aithadi
  • “Hereafter” Michael Owens, Bryan Grill, Stephan Trojansky and Joe Farrell
  • “Inception” Paul Franklin, Chris Corbould, Andrew Lockley and Peter Bebb
  • “Iron Man 2” Janek Sirrs, Ben Snow, Ged Wright and Daniel Sudick
Writing (Adapted Screenplay)
  • “127 Hours” Screenplay by Danny Boyle & Simon Beaufoy
  • “The Social Network” Screenplay by Aaron Sorkin
  • “Toy Story 3” Screenplay by Michael Arndt; Story by John Lasseter, Andrew Stanton and Lee Unkrich
  • “True Grit” Written for the screen by Joel Coen & Ethan Coen
  • “Winter’s Bone” Adapted for the screen by Debra Granik & Anne Rosellini
Writing (Original Screenplay)
  • “Another Year” Written by Mike Leigh
  • “The Fighter” Screenplay by Scott Silver and Paul Tamasy & Eric Johnson;
    Story by Keith Dorrington & Paul Tamasy & Eric Johnson
  • “Inception” Written by Christopher Nolan
  • “The Kids Are All Right” Written by Lisa Cholodenko & Stuart Blumberg
  • “The King’s Speech” Screenplay by David Seidler

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Em São Paulo, 13 de Fevereiro de 2011.